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Por que um lado do corpo é mais forte do que o outro?

Você já deve ter percebido que consegue levantar mais peso com o braço direito do que com o esquerdo (ou vice-versa)

Por Giovana Santos
Atualizado em 21 out 2024, 16h39 - Publicado em 19 abr 2022, 10h28
mulher levantando peso
 (Andres Ayrton/Pexels)
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Pegue um par de halteres idênticos e faça o teste: veja quantas vezes você consegue levantar o objeto com um braço, e depois com o outro. As chances de os números não serem iguais são enormes, sabia?

“É verdade que o nosso corpo não é simétrico, aliás, a assimetria é bela. Se nós fossemos fazer uma cópia exata do nosso lado direito e replicá-la para o lado esquerdo, seríamos completamente simétricos, mas a aparência não ficaria tão boa”, explica o médico ortopedista David Gusmão, especialista em quadril.

E isso vem desde cedo: começa lá no ventre da mãe. Durante a metade final da gravidez, o bebê vai se posicionando e “escolhendo lados” — um deles fica em direção à coluna lombar da mãe, enquanto o outro fica direcionado para o lado da barriga. “Inclusive, muitos problemas da infância podem ocorrer com mais frequência no lado esquerdo, que é o lado que fica mais voltado para a coluna lombar materna”, complementa o especialista.

E a formação não é a única que contribui para esse desequilíbrio. No dia a dia, a gente acaba usando mais um lado do corpo do que outro por conta de uma característica do cérebro. “O nosso cérebro comanda os membros inferiores posteriores e inferiores superiores de uma forma cruzada. E isso faz com que tenhamos diferenças de habilidade, de equilíbrio, de força, de mobilidade e, muitas vezes, até de amplitude de movimentos entre os lados”, diz David Gusmão.

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Exemplos no mundo do esporte não faltam: tenistas escolhem uma das mãos para segurar a raquete, jogadores de futebol geralmente chutam com apenas uma das pernas… E por aí vai.

ISSO É NORMAL?

Completamente normal e dificilmente traz prejuízos, de acordo com o ortopedista. Se você se incomoda com a questão, pode melhorá-la treinando o lado que considera mais fraco, por exemplo. Mas esteja ciente: esse desequilíbrio sempre vai existir, em maior ou menor grau.

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Isso porque as diferenças também podem ser biológicas. “Às vezes, um músculo pode ter mais inervações do que o seu oposto. Isso muda, então, a capacidade de ativação dos mesmos.”

Para trabalhar a questão, o profissional sugere atividades que desenvolvam as capacidades motora, de ativação neuronal, de contração muscular e de propriocepção — que é a característica de saber onde está o corpo sem olhar para ele. “Isso traz vários benefícios cognitivos e em relação às nossas habilidades mais finas.”

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