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Fazer 6 semanas de exercício físico altera seu DNA

Publicado em 2021, o estudo analisou oito jovens sedentários por 6 semanas e notou mudanças genéticas

Por Amanda Ventorin
Atualizado em 21 out 2024, 16h41 - Publicado em 18 fev 2022, 10h00
duas pessoas se exercitando na rua
 (Liliana Drew/Pexels)
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O hábito de se exercitar tem o poder de mudar nossas vidas para o melhor. A atividade física regular diminui o risco de vários distúrbios comuns, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer, condições neurológicas, assim como o risco geral de mortalidade. Mas além disso, um estudo publicado em novembro de 2021 descobriu que 6 semanas de exercícios físicos já melhoram a saúde através de mudanças feitas no DNA. 

Isso acontece pois os benefícios são impulsionados a partir de adaptações que acontecem no músculo esquelético (o mais abundante tecido no corpo humano, representando 40% do seu peso e 30% da energia basal, que é a energia necessária para que nosso corpo mantenha seus processos vitais em funcionamento). As mudanças encontradas no estudo incluem mudanças coordenadas na expressão de genes que controlam o substrato e a eficiência metabólica no músculo esquelético. Além disso, é possível que os exercícios influenciem em efeitos sistêmicos na homeostase (a preservação da constância no ambiente interno) que sinalizam para tecidos distais, como cérebro, fígado e tecido adiposo. 

De acordo com o estudo, o treinamento de resistência (corrida, bicicleta, cardio…) remodela a maneira como os potenciadores de genes do músculo agem, contribuindo para o efeito benéfico do exercício na saúde humana (Os potenciadores são elementos reguladores distais que são ligados por múltiplos fatores de transcrição e ajudam a expressão do gene formando interações físicas com os promotores), e seu mapeamento pode mostrar os mecanismos que as variantes genéticas, ligadas a doenças se regulam de acordo com o fenótipo e a predisposição de desenvolver, de fato, a doença. Apresentamos o primeiro mapeamento de potenciadores do músculo esquelético humano após treinamento de resistência e mostramos que potenciadores responsivos ao treinamento são enriquecidos para variantes genéticas associadas a doenças humanas e características complexas” mencionam no estudo.

O estudo foi realizado com 8 homens brancos de em média 23/24 anos, onde uma biopsia foi coletada antes do treinamento.  O programa de exercícios de resistência foi realizado cinco dias por semana; 60 min de aulas de spinning supervisionadas por 6 semanas onde todos os participantes completaram todas as sessões de treinamento. Após a última sessão de exercício, os participantes descansaram por 4 dias antes de entregar a amostra pós-treinamento onde o RNA foi separado, observado e sequenciado individualmente em busca de mudanças.

Foi descoberto que a capacidade aeróbica média aumentou em 20%, enquanto o índice de massa corporal (IMC) não foi alterado mas a relação cintura-quadril foi diminuída, o que implica que o treinamento físico induziu a perda de gordura abdominal.

“Essas alterações são chamadas de ‘epigenéticas’. O DNA é o manual de instruções molecular encontrado em todas as nossas células. Algumas seções de nosso DNA são genes, que são instruções para construir proteínas – os blocos de construção do corpo – enquanto outras seções são chamadas de intensificadores que regulam quais genes são ligados ou desligados, quando e em que tecido. Os cientistas descobriram, pela primeira vez, que os exercícios religam os intensificadores em regiões de nosso DNA que são conhecidas por estarem associadas ao risco de desenvolver doenças. Ou seja, o treinamento de resistência altera a atividade de intensificadores no tecido muscular, que por sua vez regula a expressão de genes que contribuem para o efeito positivo do exercício na saúde humana”, explica o geneticista Dr. Marcelo Sady.

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