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Na Olimpíada com mais mulheres, confira as brasileiras para ficar de olho

Conheça algumas atletas de diferentes modalidades que irão representar o Brasil nas Olímpiadas de Tóquio

Por Victoria Theonila
Atualizado em 21 out 2024, 16h35 - Publicado em 14 jul 2021, 09h00
Conheça algumas estrelas olímpicas femininas que irão representar o Brasil nas Olímpiadas de Tóquio.
Conheça algumas estrelas olímpicas femininas que irão representar o Brasil nas Olímpiadas de Tóquio.  (FG Trade/Getty Images)
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Faltam menos de duas semanas para o início das Olímpiadas de Tóquio e os atletas brasileiros já estão em terras japonesas finalizando as preparações e últimos detalhes. São mais de 11 mil atletas de 205 países e, pela primeira vez, as mulheres representarão quase metade dos atletas presentes nos jogos olímpicos. sendo a estimativa de 48,8% do total. No Brasil, já temos cerca de 300 atletas classificados no total.

Confira algumas estrelas olímpicas brasileiras para ficar de olho na competição:

Na Olimpíada com mais mulheres, confira as brasileiras para ficar de olho
CBF/Divulgação ()

Andressinha, meia-campista da Seleção Brasileira

A gaúcha Andressa Cavalari Machry (26) atua como meio-campo do Corinthians e é um dos grandes nomes da atual Seleção Brasileira Feminina.

“Comecei a jogar aos nove anos, no sub-11 masculino, com uns vinte meninos e só eu de menina”

Fã de futebol desde criança, ela nasceu na pequena cidade de Roque González, no interior do Rio Grande do Sul e conta com o apoio da família desde o início de sua trajetória. “No início teve um certo preconceito das pessoas e eu percebia que me olhavam diferente, por ser uma menina jogando futebol, mas com o tempo as pessoas começaram a enxergar diferente e até admirar. Comecei a jogar aos nove anos, no sub-11 masculino, com uns vinte meninos e só eu de menina”, ela conta à Boa Forma.

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Junto com um time de garotas do colégio em que estudava, Andressinha se empoderou e conseguiu combater o preconceito e o machismo no esporte, onde busca inspirar outras meninas.

O pai da atleta, Elizeu Machry, jogava na várzea e foi quem incentivou Andressinha a jogar. “Meu pai me levava para vê-lo jogar e alguns anos depois passou a percorrer mais de 1200km todos os finais de semana, mas dessa vez para me acompanhar até os jogos em Pelotas, no Rio Grande do Sul”. Andressinha começou a trabalhar no esporte com apenas 14 anos e já atuou em times americanos.

Em 2019, voltou ao Brasil para jogar pelo Corinthians e conquistou títulos como o Brasileirão e o Paulista, além da Copa América e o Sul-Americano pela Seleção Brasileira.

18 atletas irão representar a Seleção Brasileira em Tóquio e Andressinha revela que ficou emocionada quando escutou seu nome no dia da convocação para os Jogos Olímpicos. A estreia da Seleção está marcada para 21 de julho, em jogo contra a China.

beatriz zaneratto
Divulgação/Nike (CBF/Divulgação)
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Beatriz Zaneratto, atacante da Seleção Brasileira

Conhecida como a “Imperatriz” da Seleção Brasileira, Beatriz Zaneratto (27) nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, e desde cedo impôs respeito entre os seus colegas, mas enfrentou muito preconceito quando ainda jogava futebol no time da ONG Espaço Criança.

A atacante e artilheira da Seleção, se destacou no time da cidade e virou notícia nos jornais locais e na televisão, tornando-se alvo dos pais de seus colegas, que pediram a expulsão de Bia (com 12 anos na época) no time. “Eu dei um tempo do futebol depois desse episódio e não pensava em voltar. Tentei outros esportes e relutei para voltar a jogar, mas depois de uma ligação do prefeito da cidade, eu resolvi dar uma nova chance e fui jogar em um time feminino e tudo mudou”, conta Bia.

beatriz zaneratto
Divulgação/Nike (seleção brasileira/Divulgação)

De volta ao seu esporte de coração, a atleta, com então 13 anos, logo foi convocada para jogar na seleção Sub-17. E, aos 17 anos, foi convocada para a Seleção Brasileira, junto com as lendárias Marta e Cristiane.

O pai de Bia, Aparecido Donizete João, sempre foi seu grande incentivador e nunca deixou os comentários interferirem no talento da filha. “Não se pode sufocar um talento por causa de uma hipocrisia da sociedade”, comentou no passado.

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Com três Copas do Mundo no currículo, atualmente a atacante joga no Palmeiras e se diz animada para os Jogos Olímpicos de Tóquio. “Estamos nos preparando intensamente e sempre dando o nosso melhor. Nossa treinadora (Pia Sundhage) está sendo cirúrgica na nossa preparação e seguiremos com muita garra”, finaliza Bia. 

Brazil, Rhythmic Gymnastics | Gymnastics Pan American Championships Rio2021 | Jun13 | Rio de Janeirio, Brazil | Photo: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG
Ricardo Bufolin/CBG (Ricardo Bufolin/CBG/Divulgação)

Duda Arakaki, ginasta rítmica 

Com apenas 17 anos, a alagoana Maria Eduarda Arakaki – mais conhecida como Duda Arakaki, é a atual capitã da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica e se mostra uma das grandes promessas do esporte.

“Eu comecei a fazer aulas de dança no meu colégio e foi assim que surgiu o interesse pela ginástica, com apenas seis anos. Motivação e força de vontade sempre caminharam junto comigo”, conta a ginasta.

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Em 2019, aos 16 anos de idade e em seu primeiro ano no time de adulto da Seleção Brasileira de Conjuntos, Duda enfrentou seu primeiro grande desafio: uma séria lesão no joelho seguida de uma cirurgia. Com a pandemia, todas as atletas tiveram que voltar para as suas casas (a sede da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica fica localizada em Aracaju, em Sergipe) e a atleta conta que foi um baque para todas, mas isso não as desanimou e continuaram os treinos por meio de uma plataforma online. “As nossas treinadoras, Camila e Bruna, foram essenciais para nos reinventarmos. Elas fizeram todo tipo de atividade possível e cada ginasta conseguiu aprimorar o que tinha de dificuldade e trabalhar suas individualidades. Voltamos com mais vontade e mais garra”, completa.

Depois de mais de um ano sem se apresentar, a primeira competição do ano já estava marcada: a clássica Copa do Mundo de Sófia. Já no aeroporto e com as malas despachadas, veio mais um desafio na carreira da ginasta: Duda fez o PCR e testou positivo para o Covid-19, o que a obrigou ficar no Brasil.

Agora, pronta para os Jogos Olímpicos de Tóquio, ela conta que o maior objetivo é representar muito bem o Brasil lá fora e sair feliz da quadra após a apresentação. “Nós estamos preparadas e treinamos muito para essa competição. A nossa meta é chegar na final olímpica e claro, cravar as séries para sair com uma medalha. O resultado vai ser uma consequência de todo o nosso esforço diário”, finaliza ela.

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Martine e Kahena, velejadoras

Martine e Kahena viram seus caminhos se cruzarem ainda na adolescência, mas suas histórias com a vela começaram ainda no início da infância. As duas passaram a participar de competições em barcos diferentes. Elas se tornaram rivais dentro d’água e amigas fora dela.

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Em 2009, começaram a atuar como uma dupla e foram campeãs mundiais júnior na classe 420, mas se separaram por um tempo e retomaram a parceria no fim de 2012. Marine e Kahena chegaram ao ápice com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. E mais: atuaram em decisão inédita nos Jogos Pan-Americanos de 2019, onde foram as porta-bandeiras da delegação brasileira na cerimônia de abertura em Lima – primeira vez que o Brasil foi representado por uma mulher (nesse caso, em dose dupla!) como porta-bandeira nos Jogos Pan-Americanos.  

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CBHB/Divulgação ()

Duda Amorim, jogadora de Handebol

Eleita a melhor jogadora de Handebol da década, a blumenauense Eduarda Amorim (34), é considerada uma grande referência neste esporte – ela joga há quinze anos na Europa. “Foi uma honra receber esse prêmio porque durante toda a minha trajetória eu sempre me esforcei muito para chegar no topo. Eu fiquei muito feliz, é incrível ser reconhecida pelo meu esforço”, diz Duda.

“Conquistar o campeonato do Mundo pelo Brasil com certeza foi memorável”

A atleta saiu de casa com apenas 15 anos, rumo a São Paulo, e com 19 anos já estava embarcando à Europa, em busca do seu maior sonho — se tornar atleta profissional. Deu certo. Dona de mais de 30 títulos e campeã do mundo, a atleta adiou a aposentadoria para jogar no leste europeu, na Rússia. “Conquistar o campeonato do Mundo pelo Brasil, com certeza foi memorável. Assim como o primeiro título da Liga dos Campeões”, conta.

Responsável por transformar a seleção de handebol feminino brasileiro em uma das maiores potências do mundo, Duda começou na ginástica rítmica e com algumas dúvidas, só migrou para o handebol aos 11 anos e por incentivo de sua irmã mais velha, Ana Amorim, também jogadora de handebol. Uma superstição adotada por ela, é sempre fazer um penteado diferente antes de cada partida, como diferentes estilos de tranças.

A armadora brasileira é atleta da Seleção desde 2006, é fluente em quatro línguas (português, inglês, húngaro e macedônio) e é considerada uma das mais vitoriosas esportistas do país. Poder, né? A Seleção feminina de Handebol estreia contra a seleção da Rússia, atual campeã olímpica. O duelo acontecerá no dia 24 de julho.

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Paul Gihan/Getty ()

Ketleyn Quadros, judoca

A história da judoca brasiliense Ketleyn Quadros (33) com o esporte começou ainda na infância, quando a atleta faltava às aulas de natação para assistir aos treinos de judô. “Minha família sempre me apoiou e o meu amor pelo judô foi à primeira vista”, relembra Ketleyn.

A atleta compete na seleção brasileira de judô na categoria leve (até 57kg) e é dona de um marco histórico: foi a primeira mulher brasileira medalhista olímpica em modalidades individuais ao conquistar o bronze em Pequim, com apenas 20 anos de idade. “A dedicação é diária e tem muita gente envolvida nesse processo. No final é gratificante e foi o que eu escolhi pra mim”, comenta a atleta.

“O momento é desafiador (por conta da pandemia), mas a preparação e os treinos foram intensos”

13 anos após essa especial conquista, a já veterana atleta se prepara agora para mais um capítulo, dessa vez em busca do ouro, em Tóquio. “O momento é desafiador (por conta da pandemia), mas a preparação e os treinos foram intensos”, conta.

Antes de embarcar para Tóquio, Ketleyn levou o seu primeiro título pan-americano, em Guadalajara 2021, chegando ao Top 10 do mundo, e em junho conquistou o quinto lugar no Campeonato Mundial, na Hungria. As conquistas foram essenciais para a atleta garantir uma vaga nas Olimpíadas e mais: uma posição de cabeça-de-chave em Tóquio. “A conquista não é só minha, mas também de todos que estão comigo nessa”, finaliza.

As Olímpiadas em Tóquio começam no próximo dia 23 de Julho, com 33 modalidades e atletas dos 5 continentes.

Danni Suzuki: estrela da capa de julho da Boa Forma
Danni Suzuki: estrela da capa de julho da Boa Forma (Fernanda Araujo/Divulgação)

Esse especial faz parte da edição de julho de 2021 de Boa Forma,
que traz a atriz e diretora Danni Suzuki em sua capa. 
Clique aqui para conferir os outros especiais.

 

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