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Conheça os benefícios da endorfina e como estimulá-la

Saiba tudo sobre o hormônio capaz de amenizar dores e gerar a sensação de bem-estar

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 out 2024, 17h37 - Publicado em 30 abr 2024, 20h27
Confira o que é endorfina e como estimular sua produção
Confira o que é endorfina e como estimular sua produção (Freepik/Divulgação)
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Quando se fala em atividades físicas, a endorfina costuma ser o primeiro hormônio a ser lembrado pelas pessoas. Isso porque se trata de uma substância cujo principal efeito é a sensação de recompensa.

Por ser produzida a partir do movimento do corpo, principalmente em atividades aeróbicas, ela costuma ser um bom motivo as pessoas manterem uma rotina mais ativa e se comprometerem com a prática de exercícios físicos em prol da saúde e do bem-estar.

Mas, apesar de seu nome ser bastante conhecido, informações como o que é endorfina, como ela é produzida e quais são suas funções e benefícios ainda são bastante desconhecidas. Pensando nisso, reunimos aqui tudo o que você precisa saber sobre esse hormônio.

Endorfina: o que é?

Também conhecida como opioide endógeno, a endorfina é um tipo de hormônio neurotransmissor produzido pela glândula hipófise (localizada no cérebro), que atua em receptores do sistema nervoso.

Com isso, sua principal função é inibir a irritação e o estresse, contribuindo para a sensação de prazer, bem-estar e de felicidade, além de também reduzir a tensão do corpo e a sensação de cansaço, ajudando a aliviar a dor e a combater problemas emocionais como ansiedade e depressão.

De acordo com estudos, existem mais de 20 tipos de endorfinas no corpo. No entanto, as beta-endorfinas são aquelas envolvidas no alívio do estresse e no controle da dor, tendo um efeito mais forte do que a até mesmo a morfina no corpo.

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Funções da endorfina

As endorfinas são liberadas pelo corpo diante da dor ou do estresse, como um mecanismo para ajudá-lo a sobreviver. Isso ocorre da seguinte maneira: os nervos do corpo enviam sinais de dor ao cérebro, que libera endorfinas para bloquear as células nervosas que recebem esses sinais, “desligando” essa dor. Com isso, essa ação ajuda o organismo a continuar funcionando mesmo em situações dolorosas.

Além dessa função, o hormônio também ajuda a reduzir o estresse, pois age regulando a liberação de hormônios relacionados a ele, e aumenta a sensação de bem-estar e prazer.

Quais são os benefícios das endorfinas?

De acordo com estudos científicos, as endorfinas podem oferecer muitos benefícios à saúde. Aqui estão os principais:

  • Aliviar os sintomas da depressão: foi demonstrado que as endorfinas liberadas durante o exercício ajudam a reduzir os sintomas da depressão;
  • Ajudar com o estresse e a ansiedade: à medida que os níveis de endorfina aumentam, o estresse e a ansiedade diminuem;
  • Melhorar a autoimagem: estudos demonstraram que as endorfinas podem aumentar os níveis de confiança, levando a uma melhor autoestima;
  • Contribuir para a perda de peso: foi demonstrado que a liberação de endorfinas regula o apetite;
  • Aliviar a dor do parto: estudos demonstraram que níveis mais elevados de endorfinas ajudaram no alívio da dor durante o parto.

O que libera endorfina no corpo?

Uma das maneiras mais fáceis de liberar endorfina é fazendo exercícios físicos – acredite: quanto mais você se exercita, mais endorfina seu corpo produzirá. Mas você não precisa sair por aí correndo para conseguir a sensação de bem-estar. Outras atividades que podem ajudar a liberar endorfinas incluem:

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  • Caminhada;
  • Natação;
  • Dançar;
  • Fazer sexo;
  • Acupuntura;
  • Massagem;
  • Comer.

Sintomas de baixos níveis de endorfina

Algumas pessoas não produzem endorfinas suficientes, o que pode levar certos sintomas causados pela deficiência do hormônio, de acordo com pesquisas científicas.  São eles:

  • Risco aumentado de depressão e ansiedade;
  • Aumento de dores no corpo;
  • Fibromialgia (dor crônica);
  • Mau humor;
  • Vício em exercícios;
  • Problemas de sono;
  • Ações impulsivas;

Além disso, um estudo mostrou que pessoas com enxaqueca apresentam níveis mais baixos de beta-endorfinas no sangue.

Endorfina x dopamina x endocanabinóide

Embora muitas vezes sejam confundidas, a endorfina não é a mesma coisa que a dopamina ou endocanabinóide. A dopamina é um neurotransmissor e hormônio do bem-estar liberado pelo centro de recompensa do cérebro durante momentos de prazer, como ao fazer sexo, comer uma comida gostosa ou assistir a um programa de comédia, como aponta um estudo feito por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos.

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Embora ambos façam parte do sistema de recompensa do cérebro, as endorfinas são rapidamente liberadas durante um ato específico, como o exercício, para ajudar a aliviar a dor e o estresse. Já a dopamina, por sua vez, é liberada lentamente e a sensação de melhora do humor que você sente após a atividade.

Quanto aos endocanabinóides, trata-se de neurotransmissores produzidos pelo sistema endocanabinóide do corpo, que desempenham muitas funções no corpo, como aliviar a dor, reduzir a ansiedade, regular o humor, controlar o apetite e a digestão e melhorar o sono.

Curiosamente, os endocanabinóides são os principais responsáveis ​​pela “euforia do corredor” que as pessoas sentem durante o exercício, que costumava ser atribuída às endorfinas. No entanto, pesquisas recentes sugerem que os endocanabinóides levam a sentimentos de euforia, uma vez que são facilmente capazes de atravessar a barreira hematoencefálica, ao contrário das endorfinas, que são grandes demais para fazer isso.

Com isso, pode-se concluir que, na maioria dos casos, o corpo libera muitos neurotransmissores e hormônios simultaneamente durante a dor e o prazer, razão pela qual as endorfinas, os endocanabinóides e a dopamina estão tão intimamente relacionados.

Endorfina vicia?

Embora haja pesquisas limitadas sobre o assunto, algumas pessoas podem sim ficar viciadas na sensação da endorfina causada por algumas atividades. Por exemplo, pessoas que procuram emoções fortes podem realizar atividades perigosas para obter uma onda de adrenalina e endorfinas.

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Curiosamente, um estudo de 2016 incluindo oito alpinistas observou sintomas de abstinência (por exemplo, desligamento, desejo de escalar, alterações de humor e irritabilidade) após evitar escalar por um período de tempo.

Outro exemplo é a automutilação, que leva a uma onda de endorfinas ao se machucar para “sentir” a liberação da dor emocional. Uma pessoa pode ficar viciada na onda de endorfina e continuar a se machucar para obter essa sensação de liberação emocional, como apontou uma pesquisa também publicada em 2016. No entanto, são necessárias mais pesquisas para compreender melhor o vício em endorfinas.

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