Mobilidade vs. Alongamento: entenda as diferenças essenciais para sua performance
Embora muitas vezes usados como sinônimos, esses conceitos têm funções diferentes dentro do corpo
Quando se fala em alongamento e mobilidade, muitas pessoas acham que eles são a mesma coisa. Uma coisa eles têm em comum: são extremamente importantes para melhorar a performance e o desempenho de quem pratica uma atividade física. Mas afinal, qual a diferença entre alongamento e mobilidade?
Mobilidade, alongamento: qual a função de cada um?
Embora muitas vezes usados como sinônimos, esses conceitos têm funções diferentes dentro do corpo, e todos eles são importantes para manter a saúde motora. Marcio Atalla, Embaixador da Relaxmedic, professor de educação física com especialização em treinamento de alto rendimento e, pós graduado em Nutrição, pela USP, explica as diferenças:
- Alongamento é o ato de estender os músculos, melhorando a flexibilidade e prevenindo encurtamentos musculares.
- Mobilidade é a capacidade de mover uma articulação livremente, com controle e sem dor.
Ou seja: alongar é importante, mas só alongar não garante que o corpo esteja preparado para se mover com segurança. É preciso desenvolver também o controle dos movimentos e o fortalecimento dos músculos responsáveis por estabilizar o corpo.
Quais as Principais Diferenças entre os dois?
Douglas Coronel, formado pela UNINOVE e profissional de educação física da TotalPass explica que a mobilidade treina o controle ativo funcional da articulação para permitir movimentos eficientes, seguros e com amplitude total (por exemplo: um agachamento profundo e controlado).
“Já o alongamento busca a extensão/elasticidade passiva do tecido muscular, seja para ganhar flexibilidade ou para relaxamento”, detalha.
Como treinar mobilidade no dia a dia?
Para Atalla, ao contrário do que muita gente imagina, manter o corpo móvel não diz respeito apenas à flexibilidade ou ao alongamento.
“Mobilidade envolve a capacidade de mover as articulações com controle, estabilidade e consciência corporal, permitindo ao corpo realizar movimentos naturais, amplos e coordenados. Trata-se de uma combinação entre força, equilíbrio, coordenação e flexibilidade , tudo o que vamos perdendo, se não for estimulado”, afirma Atalla.
A mobilidade pode (e deve) ser inserida na rotina de maneira simples e prática.
Não exige equipamentos sofisticados nem grandes espaços. A chave está na consistência e na qualidade do movimento.
Alguns exemplos de práticas que promovem mobilidade:
- Exercícios de rotação de ombros, pescoço e quadril;
- Agachamentos profundos com controle postural;
- Subidas e descidas de degraus de forma lenta e consciente;
- Treinos funcionais com foco em equilíbrio;
- Movimentos de flexão e extensão controlados, com apoio corporal;
- Alongamentos ativos, em que o corpo se move enquanto alonga.
“Atividades como yoga, pilates, e treinamento funcional são excelentes formas de integrar mobilidade, alongamento e estabilidade de maneira completa. E podem ser praticadas por pessoas de qualquer idade, desde que respeitados os limites e com orientação adequada”, indica Marcio Atalla.
A boa notícia é que a mobilidade é treinável em qualquer fase da vida. “E quanto antes começarmos, maiores as chances de mantermos nossa independência funcional na velhice”, alerta o especialista.
“Movimentos simples, quando praticados com regularidade, ajudam a manter a amplitude das articulações, melhoram a postura e fortalecem os músculos estabilizadores , especialmente na região do core (abdômen e lombar), quadris, tornozelos e ombros. Esses grupos musculares são fundamentais para realizar tarefas diárias como agachar, levantar da cadeira, subir escadas ou até vestir uma roupa com equilíbrio”, indica.
Além disso, treinar mobilidade melhora a consciência corporal, ou seja, a capacidade de perceber onde o corpo está no espaço e como ele se movimenta. Isso é essencial para evitar tropeços, escorregões e movimentos descoordenados, que geralmente precedem uma queda.
Alongamento e suas variáveis
O alongamento possui duas variações: ele pode ser estático ou dinâmico.
“O alongamento estático é caracterizado por manter uma posição por determinado tempo sem movimento. Quando realizado antes da prática de atividades físicas, ele pode comprometer temporariamente a força e a potência muscular. Por isso, costuma ser mais indicado para o pós-treino”, explica Dr. Daniel Oliveira, ortopedista especialista em coluna vertebral e sócio do Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte.
Já o alongamento dinâmico, por sua vez, envolve movimentos controlados e repetitivos que percorrem a amplitude, aumenta a temperatura muscular, contribui para a coordenação e ajuda a ativar as cadeias musculares. “Dessa forma, é melhor realizá-lo antes dos treinos, especialmente se você for praticar modalidades que exigem desempenho físico elevado”, ressalta o profissional.
Dr. Daniel também destaca que a literatura sugere que cada movimento de alongamento estático seja mantido por aproximadamente 15 a 30 segundos e repetido de duas a quatro vezes por grupo muscular. Para o alongamento dinâmico, a recomendação é realizar 8 a 12 repetições por movimento, de forma progressiva.
Douglas Coronel, profissional de educação física da TotalPass listou a seguir dicas de alongamento e mobilidade para fazer antes do treino de musculação.
Alongamento antes do Treino de Musculação
- O que fazer: Use Alongamento Dinâmico (movimentos contínuos e suaves, como balanços de perna ou círculos de braço).
- O que evitar: EVITE o Alongamento Estático (segurar a posição por tempo prolongado). Fazer alongamento estático antes do treino pode reduzir a força muscular temporariamente.
Mobilidade antes do Treino de Musculação
- Foco: Foque nas articulações envolvidas no treino (Ex: Mobilidade de Quadril e Tornozelo antes de agachar, ou Ombros antes de supino).
- Como fazer: Faça movimentos ativos, lentos e controlados (geralmente 8 a 12 repetições) para aquecer, lubrificar a articulação e prepará-la para a carga de trabalho.
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