Calistenia: benefícios e precauções
Modalidade oferece autonomia de acessórios e é opção para idosos
O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) lista, anualmente, as dez atividades físicas mais praticadas no setor fitness. A calistenia permaneceu na quinta posição das modalidades mais seguidas em 2022. Já em 2023, esse tipo de treinamento subiu para a terceira posição do ranking, indicando que as pessoas têm procurado os benefícios da calistenia.
Mas o que é essa modalidade, empregada na ginástica, no crossfit e nos variados treinamentos funcionais?
HISTÓRIA DA CALISTENIA
Esse método surgiu por volta do século XIX e se moldou na ginástica sueca. Ao longo dos anos, chegou a outros países do mundo e sofreu adaptações e estudos. A praticidade e a autonomia da calistenia atraíram a atenção de educadores físicos e das pessoas adeptas à vida saudável.
O QUE É A CALISTENIA
A metodologia de treinamento possibilita que as pessoas não dependam de halteres, anilhas ou grandes aparelhos, tendo em vista que a sobrecarga é garantida pelo próprio corpo. Durante a prática do exercício, o indivíduo resiste à ação da gravidade.
Os exercícios calistênicos podem ser praticados em qualquer lugar: em casa, praças ou parques. Com isso, os praticantes não precisam ficar limitados aos espaços das academias de ginástica. Alguns dos exercícios costumeiramente praticados na calistenia são flexão, diferentes tipos de agachamento, tríceps no banco, entre outros.
A execução dos movimentos estimula consciência corporal, mobilidade, flexibilidade e coordenação motora, afinal, envolve várias partes do corpo, como peitoral, costas, braços, pernas e região abdominal.
BENEFÍCIOS DA CALISTENIA
O educador físico Carlos Bruce conta que alguns benefícios dos exercícios da calistenia são o aumento da consciência corporal e da aptidão física, o desenvolvimento do equilíbrio corporal e da mobilidade articular, o combate ao excesso de peso e ao sedentarismo.
Além disso, essa modalidade de treinamento físico promove a melhora do quadro da saúde mental, combatendo o grau de ansiedade. Ocorre também a ativação do metabolismo e o crescimento da taxa de massa muscular, fator que atrai muitos praticantes das atividades físicas, destaca Bruce.
CUIDADOS AO PRATICAR
De acordo com Bruce, apesar dos benefícios e do aumento da procura pela calistenia, os praticantes devem tomar precauções antes de iniciar as atividades físicas. A procura por um treinador formado em educação física é necessária, pois evita a ocorrência de lesões físicas, como rompimento do joelho e torções no tornozelo. Caso uma rotina de exercícios seja empregada pelo praticante por conta própria, há a possibilidade de os benefícios não serem adquiridos em sua maior quantidade, aponta Bruce.
Cada indivíduo possui sua própria aptidão física, por isso o treinador seleciona a intensidade, a carga, a sequência e a duração certas para cada ficha de atividades. Essa supervisão é necessária para a não ocorrência de lesões ou piora no quadro de saúde de uma pessoa já doente.
A personal Luciana Gusmão enfatiza que o traje dos praticantes de exercício é outro ponto de atenção. A escolha afeta a mobilidade e a reação térmica do corpo. O short fitness é uma opção que oferece proteção UV e garante a sensação de frescor durante o ritmo acelerado do exercício.
IDOSOS PODEM FAZER?
As atividades calistênicas promovem resultados positivos para a saúde e também para a estética. Por isso, podem ser realizadas sem restrição de idade, apesar de serem levadas em consideração comorbidades e outras restrições, conforme aponta o educador físico Lucas Aquino. Os exercícios físicos são essenciais para os idosos e a calistenia é uma oportunidade de modalidade para eles, afinal, possibilita o fortalecimento dos ossos e das articulações. Consequentemente, a atividade reduz o risco de queda nos idosos, ajudando ainda no controle glicêmico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que pessoas a partir dos 65 anos pratiquem atividades físicas, seguindo recomendações, como carga moderada, de preferência em grupo e no mínimo três dias por semana. Além disso, a entidade aponta que 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de intensas são suficientes para uma semana.