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Olimpíada Rio 2016: como a maternidade ajudou corredora brasileira a superar barreiras no esporte

Fundista quebrou o recorde duas vezes após ser mãe e se diz mais que preparada para a sua primeira Olimpíada

Por Aline Takashima (colaboradora)
Atualizado em 21 out 2024, 19h23 - Publicado em 12 ago 2016, 12h44
WASHINGTON ALVES
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Miguel atravessa a pista de corrida de mãos dadas com o pai e a mãe. A família avança em trote leve e curto, bem diferente do ritmo acelerado da rotina diária. O garoto de cinco anos é filho dos corredores Juliana dos Santos e Marílson Gomes dos Santos, atletas que vão representar o Brasil na Olimpíada.

 

 

Com uma trajetória promissora, a fundista conquistou o título de campeã pan-americana e recordista nos 1.500 m antes de engravidar. Antes de Miguel, o que unia o casal era a paixão pelo esporte. Com o nascimento do filho, a dupla se fortaleceu e fez Juliana se redescobrir como mãe e atleta. Em junho, bateu o recorde sul-americano dos 3.000 m com obstáculos, na República Tcheca, com 9min38s63. Vitória comemorada duas vezes, pois em maio deste ano, a atleta, de 32 anos, já havia batido o recorde na mesma prova, desta vez na Suíça, aos 9min39seg33.

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Juliana sentiu vontade de competir novamente quando Miguel completou três meses. Por recomendação do treinador Adauto Domingues, retornou aos poucos, fazendo apenas caminhadas. Foi aí que contou com o marido para dividir os cuidados com o filho. “Eu descobri que tinha um parceiro que, além de tudo, torcia para que eu voltasse a ser atleta”, revela a fundista.

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Marílson Gomes dos Santos também carrega muitos títulos: tricampeão da São Silvestre, bicampeão da Maratona de Nova York e recordista sul-americano dos 5.000 m, 10.000 m e meia maratona. “A gente se adequa aos treinos e aproveita a infância do Miguel. A Juliana realmente se doa como atleta e mãe. Ela cuida do filho e treina diariamente, participa de competições, lida com resultados, objetivos e índices olímpicos”, explica o atleta de 38 anos.

O casal é um time. Cada um ajuda o outro na carreira e na vida pessoal. Treinam duas vezes por dia. De manhã, após levar o filho para a escola, correm no mesmo período. À tarde, se revezam: Juliana treina primeiro e depois é a vez de Marilson, até as 22h. A dupla não tem horário para descansar entre os treinos.

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“Entendi que poderia voltar a competir, mas precisava adaptar a rotina de mãe. É fácil falar que você tem que estar disposta a fazer tudo. Mas no dia a dia é muito mais complexo. Tive que renascer para o esporte e para as provas”, desabafa. Juliana confessa que já olhou para as adversárias e se perguntou “o que eu estou fazendo aqui?”. O pensamento dura pouco. Logo foca no objetivo e lembra que é uma atleta de alto nível com algo a mais: o treino diário com o filho. 

 

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