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Girls For It: você pode ajudar time de ciclistas a ir à Olimpíada

A equipe de mulheres lançou uma campanha de financiamento coletivo para conseguir uma vaga nos jogos de Tóquio 2020

Por Camila Junqueira, Gislene Pereira
Atualizado em 21 out 2024, 17h36 - Publicado em 16 mar 2018, 19h45
Girls for It
 (ppolegatch/Reprodução Instagram)
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Você se lembra de alguma equipe de ciclistas brasileiras que chegou ao pódio em Olimpíada? Provavelmente não, já que o número de representantes que consegue uma vaga nos Jogos ainda é muito restrita. Contra esse cenário, o time feminino Memorial de Santos está fazendo barulho na internet por meio da campanha Girls for It, que pretende arrecadar verba para financiar o treinamento das atletas na Bélgica por três meses e a participação em provas que valem pontos para o ranking internacional da modalidade – única forma de obter classificação para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020.

Lançada em 09 de março, a Girls For It! é uma campanha de financiamento coletivo com meta é juntar R$ 150 mil. A causa que as atletas defendem é mais importante do que se imagina: o dinheiro não só vai realizar sonhos pessoais de seis atletas como representar um grande avanço no incentivo do esporte brasileiro.

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E qual é a importância de ajudar o grupo? “Falta apoio para times femininos no Brasil em todos os esportes. Alguns recebem um pouco mais de verba (como o vôlei), mas, ainda assim, a realidade com as mulheres é distante da do futebol masculino. Estamos sempre um passinho atrás”, explica a líder Ana Paula Polegatch, 29 anos, em entrevista à BOA FORMA.

Como ajudar a campanha Girls For It!

O financiamento coletivo está disponível na plataforma Catarse até dia 27 de março. Você pode fazer uma doação a partir de R$ 20 – cada valor corresponde a uma recompensa, caso o grupo consiga atingir a meta.

Conheça as atletas do Memorial Girls

O Memorial Girls é o time feminino de ciclistas do Memorial de Santos, composto por Ana Polegathi, Camila Coelho, Thayna Araujo, Taise Benato, Adriana Lobo e Ana Paula Casetta. As atletas têm entre 20 e 29 anos e, ainda que façam parte da mesma equipe, não moram todas na cidade. “Duas de nós moram em Curitiba, uma é de Maringá (PR), duas estão São Paulo e apenas uma vive em Santos (SP). A gente se encontra nas competições, às vezes alguns dias antes, para treinar um pouquinho juntas”, aponta Ana.

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Com a orientação do técnico Cláudio Diegues, elas já conquistaram 42 títulos em competições nacionais e internacionais. Um dos mais recentes foi o 2º lugar na classificação geral do 2º Tour Feminino Internacional de Ciclismo, que rolou em janeiro de 2018, no Uruguai. “O resultado é individual, mas o grupo trabalha junto.”

Carreira pessoal

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A jovem pedala desde os 15 anos e fala que o ciclismo a escolheu. Sua primeira prova foi feita sem qualquer preparação e, mesmo assim, ela ganhou o 1º lugar na categoria de meninas iniciantes. “Todo mundo falou que eu tinha muito talento e não parei mais. Larguei meu emprego em 2011 e passei a me dedicar somente ao esporte”, diz Ana. De lá pra cá, todas as decisões tomadas por ela foram voltadas ao ciclismo: em 2014, ela se mudou do Paraná para São Paulo, cidade com mais competições e oportunidades (foi quando ela entrou para o Memorial) e, neste ano, começou a estudar marketing. “Quando parar de pedalar, pretendo auxiliar na divulgação de outros times, tanto em comunicação quanto na própria equipe técnica.”

Para Ana, chegar às Olimpíadas será uma grande realização, mas não basta só conseguir a vaga. “A competição é o auge que um atleta pode alcançar, mas não adianta nada conseguir a classificação e ir lá fazer feio. A gente quer se dedicar muito”.

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Preparação física: treino + alimentação

Para aguentar as competições de ciclismo, Ana faz treinos de ginástica funcional duas vezes na semana. “O foco é a mobilização e fortalecimento de core, costas e ombros”, explica a atleta. Com a viagem para a Bélgica chegando, ela também está investindo em exercícios para as pernas, trabalhando força e potência.

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Mas nem só o condicionamento físico precisa de atenção. Ela começou recentemente a fazer uma preparação psicológica com profissionais voltados para a área esportiva. “Dessa forma, identifico bloqueios, medos, inseguranças e preparo a mente para o que está por vir”.

A alimentação também é regrada, acompanhada por uma nutricionista. Ana segue uma dieta rica em proteína, carboidratos complexos e gorduras boas, que dão toda a energia necessária para aguentar uma prova completa – que podem chegar a até 140 quilômetros, limite de distância na categoria feminina. Ela também utiliza suplementos, como whey protein, BCAA e glutamina.

Antes de uma competição importante, a ciclista não gosta de tomar nada que a acelere muito, como cafeína. “Não tomo pré-treinos prontos. Prefiro um mix de proteína com carboidrato para dar uma forrada no estômago. Procuro me alimentar bem três horas antes e como um pãozinho com geleia perto do horário da corrida, que é uma opção leve”.

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Relação com o time

A falta de patrocínio motivou a criação da campanha, já que as meninas precisam pagar até pelas próprias bicicletas. “Precisamos correr atrás, o ciclismo feminino no Brasil é muito desvalorizado e a gente tem que apelar para isso, campanhas, doações”, explica Ana.

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O Memorial Girls é visto por Ana como uma grande família. “Hoje nossa maior dificuldade é ser reconhecida por nosso trabalho. Às vezes, a gente briga, não gosta do que a outra fez na corrida e depois passa. Tanta mulher junta não é fácil, mas a gente lida muito bem”, explica.

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E o que é preciso para entrar no time? “O técnico pede que a atleta saiba trabalhar em equipe, já que todas trabalham para que apenas uma vença, na maioria das vezes. Não basta ser boa e ao mesmo tempo individualista”, aponta Ana. Além disso, o currículo e a disciplina também são pontos importantes.

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