Cuidado: ser esportista de fim de semana (e de ano!) traz riscos à saúde

Pense duas vezes antes de malhar somente nos últimos meses do ano para correr atrás do prejuízo

Por Amanda Panteri
Atualizado em 21 out 2024, 17h28 - Publicado em 27 dez 2019, 17h02
Mulher obesa malhando
 (LightFieldStudios/Thinkstock/Getty Images)
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Você já deve ter visto: vai chegando o verão, e as matrículas na academia crescem. Isso porque muita gente decide voltar à ativa para estar em boa forma nas férias. Além disso, ainda tem aquele grupo que pratica esportes somente nos fins de semana porque não consegue manter uma rotina de treinos durante ela. Mas cuidado: ser uma esportista de fim de ano ou de fim de semana não tira você da parcela sedentária da população, sabia? 

Isso mesmo. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que façamos pelo menos 150 minutos de atividade moderada (ou 75 de intensa) por semana. Qualquer pessoa que cumpre menos que isso é considerada sedentária”, explica a cardiologista e especialista em medicina esportiva Renata Castro. E apesar de alguns estudos discordarem, os médicos afirmam que usar o fim de semana (ou até do ano) para atingir a cota pode trazer mais malefícios do que benefícios à saúde. 

O que alguns estudos dizem

Em 2017, uma pesquisa feita por uma parceria da Universidade Loughborough, na Inglaterra, e da Universidade de Sydney, na Austrália, analisou os hábitos de vida de 64 mil pessoas com mais de 40 anos. E apontou que independentemente da frequência da prática de exercícios ao longo de uma semana ou de quanto tempo uma pessoa se exercita, os benefícios à saúde são similares se ela seguir a meta semanal recomendada. Contudo, esse não é o indicado por profissionais e instituições relacionadas ao assunto. 

O que os médicos defendem

Todos concordam: para usufruir dos bons resultados que o esporte pode proporcionar, é preciso regularidade. “Quando alguém que não treina com frequência decide fazer, acaba exagerando. E isso é perigoso por dois motivos: pode sobrecarregar o coração e aumentar muito a pressão sanguínea; ou então aparecerem sintomas de problemas cardíacos que ela não sabia que tinha antes, porque não praticava”, diz a cardiologista. 

Consequentemente, os riscos de desmaios ou até infarto crescem. “Eu sempre falo que é como um carro. Quando a gente deixa na garagem e resolve acelerar muito de uma hora para outra, corre o risco de ele não aguentar e quebrar”, afirma Renata. O recomendado, então, é que se mesmo que você queira caprichar nas semanas que antecedem a ida à praia, é preciso antes passar por uma avaliação médica. 

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Sem contar que, sem regularidade, não há fortalecimento dos músculos e articulações. E sem isso, as lesões também começam a aparecer. A médica explica que o nosso corpo leva um tempo para se adaptar aos movimentos de qualquer modalidade. E a gente também precisa treinar para aprender a forma correta de executá-los, não é mesmo? 

Mas com que frequência malhar? 

Distribuir suas atividades 3 ou 4 dias na semana já é o suficiente. Se você for pensar que precisa de pelo menos 150 minutos por semana, uma horinha de caminhada ou bike por dia são boas opções. “Muita gente ainda considera a quantidade pequena. A Sociedade Americana de Fisiologia do Exercício, por exemplo, recomenda o dobro: 300 minutos por semana”, diz Renata.

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