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Setembro Amarelo: A importância de falar sobre saúde mental

No mês de Prevenção ao Suicídio, psiquiatra comenta sobre saúde mental e alerta para as consequências desencadeadas por transtornos mentais

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 10 set 2022, 14h51 - Publicado em 10 set 2022, 09h00
Mulher com a mão no rosto
 (Cottonbro/Pexels)
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De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o suicídio é uma realidade que atinge todo o mundo e ocasiona prejuízos para a sociedade. 

A campanha Setembro Amarelo, organizada pela ABP junto com o Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil, acontece desde 2014 em todo o território nacional.

Durante este mês, são organizadas ações que visam mitigar o estigma que envolve os temas relacionados à saúde mental, além de conscientizar a respeito da importância da vida e auxiliar na prevenção do suicídio. O dia 10 de setembro representa, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. 

Rodolfo Furlan Damiano, psiquiatra, doutorando pelo Departamento e Instituto de Psiquiatria da FMUSP, editor do livro “Compreendendo o Suicídio” e editor junior da Revista Brasileira de Psiquiatria, revela que os transtornos mentais são muito presentes na sociedade e ressalta a importância de debater assuntos relacionados à saúde mental.

“Até 2050, a depressão vai se tornar a principal causa de vida com adoecimento. Os indivíduos com transtornos mentais, especialmente a depressão, estão cada vez mais prevalentes, estão surgindo cada vez mais na sociedade e se tornando cada vez mais crônicos”, afirma o doutor.

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No território nacional, os casos de suicídio registrados se aproximam de 14 mil por ano, o que significa que, em média, 38 pessoas por dia atentam à própria vida no Brasil.

Diante dos números alarmantes, o psiquiatra atenta que os pensamentos suicidas podem ser causados por transtornos mentais no geral. “Diversos fatores podem desencadear pensamentos suicidas. Os pensamentos suicidas não ocorrem só em pacientes deprimidos, na verdade, os transtornos mentais no geral, como o transtorno bipolar, o transtorno do estresse pós-traumático, o transtorno obsessivo compulsivo e a ansiedade grave, podem aumentar o risco do pensamento suicida”, diz Rodolfo.

“O que pode gerar um pensamento suicida é um adoecer, um sofrimento mental, em que o indivíduo quer se livrar do sofrimento e não da vida”, completa.

O psiquiatra também alerta que os transtornos mentais afetam a qualidade de vida dos pacientes e podem desencadear doenças físicas. “Crescentemente, os transtornos mentais são motivos para perda de qualidade de vida, de vida saudável e de vida profissional. Os indivíduos, por conta desses transtornos, como a depressão, acabam perdendo a vida por doença”, inicia. “Outro ponto para se abordar é que os transtornos mentais são fatores de risco para várias doenças, inclusive doenças físicas”, acrescenta.

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Além disso, ele esclarece a importância de discutir a respeito da saúde mental e menciona a relevância da campanha do Setembro Amarelo. “A importância é reduzir o estigma. Os transtornos mentais são causas de muito estigma, o que impede as pessoas de buscarem auxílio e ajuda quando precisam”, diz.

“A grande esperança do Setembro Amarelo é a busca por diminuir esse estigma e fazer com que as pessoas possam entender um transtorno mental como um adoecimento como qualquer outro, ou seja, deixar de entender o transtorno mental, o adoecimento mental, como um transtorno à parte da nossa vida”, declara Rodolfo.

O psiquiatra faz indicações aos pacientes que enfrentam algum sofrimento mental. Segundo ele, é fundamental procurar por ajuda de profissionais da área de saúde mental e contar com apoio de pessoas próximas. 

“A minha indicação para pacientes que sofrem de algum transtorno mental é buscar auxílio, buscar a ajuda especializada, buscar a ajuda de um profissional compassivo e não deixar de compartilhar com as pessoas amadas o sofrimento mental e a dor”.

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Ainda de acordo com ele, é preciso demonstrar a fragilidade, uma vez que ela faz parte do ser humano. “A fragilidade faz parte da experiência humana. Isso é muito importante para que a gente cuide uns dos outros e, quando o outro ao nosso lado mostra a sua fragilidade, a gente também consegue compreender a nossa própria fragilidade e atuar de modo a auxiliar aquele que sofre do nosso lado e nos auxiliar ao mesmo tempo”.

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