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Por que as reinfecções por covid-19 são mais comuns agora?

Passados mais de 2 anos do começo da pandemia, as reinfecções estão ficando mais frequentes e rápidas - entenda o porquê aqui

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 21 out 2024, 16h35 - Publicado em 17 ago 2022, 08h00
reinfecção covid-19
 (Ketut Subiyanto / Pexels/Divulgação)
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Você já deve ter percebido que, de uns tempos para cá, as reinfecções de covid-19 ficaram mais frequentes. Isso tem um motivo, claro, que vamos entender abaixo. 

COMO ACONTECE A INFECÇÃO POR COVID-19? 

Sabemos que esse assunto já foi muito explorado desde que a pandemia começou no mundo, no entanto, é sempre importante lembrar o básico para compreender as complexidades que envolvem os casos de reinfecção. 

“O contágio se inicia pelo trato respiratório”, explica a Dra. Brianna Nicolletti, imunologista pela USP. “O vírus entra pela boca e nariz a partir do contato com uma pessoa infectada. Nessa fase inicial, ele começa a se multiplicar no organismo de maneira desenfreada e nem sempre o indivíduo vai apresentar sintomas.”

O chamado período de incubação do vírus começa a partir da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sintomas, que podem ser tosse, dor de cabeça, febre, dor no corpo, etc. 

“Essa primeira fase dura de 3 a 7 dias e, nesse intervalo, o organismo ainda não teve tempo suficiente para produzir anticorpos. O organismo, na verdade, está se preparando para começar a atacar esse novo inimigo”, explica. “Na maior parte das vezes, o sistema imune consegue combater o vírus de forma eficaz. Por isso, a maioria das pessoas apresenta apenas sintomas leves e recupera-se após alguns dias.”

Como você também já sabe, alguns pacientes (entre 15 e 20%) vão apresentar sintomas graves. Isso significa que, depois de 5 a 14 dias do aparecimento dos primeiros sintomas, o vírus consegue chegar ao pulmão, dando início uma inflamação grave. Nessa fase, o organismo até já produziu defesas, mas de forma caótica e desordenada. 

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“Nesse momento do ciclo, há poucos vírus no organismo, mas a maioria das agressões é feita pelo próprio sistema de defesa. Isso significa que a forma como a imunidade interage com o vírus influencia muito na gravidade da doença”, diz.

POR QUANTO TEMPO PODEMOS TRANSMITIR O VÍRUS? 

O período de isolamento é essencial no manejo do coronavírus porque, como essa é uma doença transmitida pelas vias aéreas, impedir que o vírus circule é essencial para evitar novos contágios. 

Por conta disso, a recomendação da médica, para pacientes que apresentem sintomas, ainda é de isolamento por, pelo menos, 10 dias. Para os casos mais graves, envolvendo internações, deve durar, no mínimo, 20 dias. 

“A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) se opõe veementemente à redução do isolamento para 5 dias, e recomenda, no mínimo, 7 dias de isolamento para pacientes assintomáticos, com recomendação de alta apenas para pacientes que estejam a, no mínimo, 24 horas sem apresentar febre e sem utilizarem medicamentos antitérmicos”, continua a médica. 

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EXISTE IMUNIDADE CONTRA COVID-19?

É a partir daqui que a situação começa a ficar complicada. Antes da variante ômicron e das suas sublinhagens, a duração média da proteção natural conferida pela infecção era de cerca de 3 meses – a chamada “janela imunológica”. Isso mudou com a ômicron, uma vez que as reinfecções passaram a ocorrer com maior frequência e em um menor espaço de tempo. 

“Um dos principais motivos para ocorrer a reinfecção se deve ao surgimento de mutações do vírus”, explica a Dra. Aline Scarabelli, infectologista e consultora médica do Labi Exames. “Este processo evolutivo das doenças infecciosas ocorre devido à grande circulação do vírus, que tem mais chances de sofrer mutações e fazer com que novas variantes provoquem a doença novamente.”

Por isso, o sinal de alerta é máximo: existem casos de reinfecção em até 20 dias desde o primeiro resultado positivo. Como explicado acima, as variantes significam que o vírus passou por mudanças – alguns estudos indicam que a proteção imunológica pós-infecção é de 56% desde a ômicron. 

Outros fatores influenciam nisso também. A proteção oferecida pelas vacinas e a própria potência do sistema imunológico decaem com o tempo – por isso, quanto mais tempo desde a vacinação ou da primeira infecção, maior risco de contração de covid-19. 

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“A alta circulação do vírus também contribui para as reinfecções, visto que é mais fácil cruzar com ele em momentos em que os novos casos estão aumentando e estados e municípios relaxaram as medidas de prevenção”, complementa a Dra. Brianna.

COMO EVITAR UMA REINFECÇÃO POR COVID-19?

O primeiro passo é, também, o mais simples: tomar todas as doses da vacina. Boa parte dos estados brasileiros já liberaram a vacinação da segunda dose de reforço (ou seja, da quarta dose da vacina) para maiores de 18 anos. 

O uso de máscara em locais fechados e com aglomeração também é uma recomendação interessante, assim como manter uma rotina de higienização correta das mãos. 

“As orientações seguem as mesmas recomendações desde o início do período pandêmico, como o uso de máscara, higiene das mãos e ventilação dos ambientes”, reforça a Dra. Aline. “No entanto, é importante lembrar que evitar o risco de exposição ao vírus e se vacinar contra a covid-19 de acordo com o calendário vacinal são importantes para evitar o quadro de reinfecções da doença.”

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