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Outubro Rosa: como prevenir o câncer de colo uterino?

Segundo o INCA, este é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h33 - Publicado em 13 out 2022, 18h45
Mulher desfocada ao fundo segurando um laço rosa
 (Thirdman/Pexels)
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A campanha do Outubro Rosa tem o objetivo de promover a conscientização a respeito do câncer de mama e, recentemente, passou a falar do câncer do colo de útero em sua iniciativa, destacando a importância do diagnóstico precoce e da prevenção.

De acordo com dados do relatório anual do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres, sendo que, em 2022, foram estimados 16.710 casos novos.

O câncer de colo uterino consiste em um tumor maligno que se desenvolve na parte do útero que está no fundo do canal vaginal. “Esse câncer é um dos tumores mais frequentes em ginecologia”, enfatiza Mauricio Abrão, ginecologista, professor de ginecologia da FMUSP e presidente da Associação Americana de Ginecologia Laparoscópica (AAGL).

“A principal causa consiste na infecção por subtipos do vírus HPV e a transformação de células normais para células tumorais em decorrência da ação gradativa do vírus”, destaca João Siufi Neto, cirurgião oncológico na Clínica Medicina da Mulher.

PREVENÇÃO

Mão com vacina
(Artem Podrez/Pexels)

Segundo o Dr. João, o vírus HPV é um agente carcinogênico, pois, ao serem infectadas por ele, as células normais do colo uterino podem sofrer mutações que, se não identificadas e combatidas pelo sistema de defesa do organismo, podem causar a formação de um tumor maligno no colo uterino. “Os subtipos do vírus com maior ação carcinogênica são o 16 e 18”, informa ele.

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Diante disso, a vacina do HPV é fundamental na prevenção do câncer de colo de útero. “A vacina do HPV inclui os principais subtipos causadores de câncer de colo uterino e representa um importante avanço na prevenção da doença. Em países com alta cobertura vacinal, a expectativa é de que a doença deixe de ser um problema relevante de saúde pública nos próximos 20 anos”, destaca o especialista.

Além da vacina do HPV, outras atitudes são fundamentais quando o assunto é a prevenção da doença, como a realização dos exames preventivos anuais.

“A prevenção requer duas ações principais: comportamento responsável e vacinação para HPV. Além disso, importante ressaltar que toda mulher que iniciou atividade sexual necessita de exames preventivos anuais, a fim de que lesões pré-cancerígenas possam ser identificadas e tratadas, conferindo chance de cura de 100%”, conta.

“O principal fator de risco é a exposição ao vírus HPV. Além disso, a exposição sexual a múltiplos parceiros é fator relevante atualmente, uma vez que tal comportamento aumenta as chances de contaminação pelo HPV. O tabagismo também pode ser considerado fator de risco para a doença”, acrescenta o Dr. João.

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SINTOMAS

Especialmente em casos iniciais, o Dr. João Siufi Neto relata que o tumor não manifesta sintomas. Entretanto, alguns aspectos devem ser observados pelas mulheres.

“É necessário que a mulher fique atenta a sangramentos anormais, dores durante ato sexual, dor pélvica e corrimento vaginal anormal. Em casos avançados, os sintomas antes referidos costumam ser proporcionalmente mais intensos”, afirma.

DIAGNÓSTICO PRECOCE

Útero
(cottonbro/Pexels)

Para identificar o tumor, é feita a biópsia de lesões suspeitas que podem ser notadas durante o exame ginecológico de rotina. Entretanto, outros exames podem ajudar no diagnóstico. “Pode existir o auxílio de exames complementares como a colposcopia, que permite identificação de lesões não visíveis macroscopicamente”, enfatiza o cirurgião ginecológico.

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Em relação às chances de cura, o médico esclarece que elas variam conforme o estágio em que a doença é identificada. Por essa razão, o diagnóstico precoce é relevante para combater o câncer de colo uterino.

“As chances de cura variam conforme o estágio em que a doença é identificada. Casos iniciais têm chance de cura superior a 90%”, inicia. “Quando a doença é identificada em estágio avançado e sem possibilidade de cirurgia, as chances de cura diminuem, mas tudo depende da avaliação criteriosa por meio de exame clínico e exames de imagem”, completa.

“O diagnóstico precoce é importante e com os exames de prevenção, que são hoje rotineiros, você consegue detectar o tumor ainda no caminho”, conclui o Dr. Maurício Abrão.

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