Ferritina: níveis baixos podem levar a cansaço em excesso
Especialista explica as consequências da ferritina baixa e quais são os possíveis caminhos para tratar esse problema
Você está constantemente cansado e se sentindo sem energia? Esses podem ser sinais de algo mais sério do que apenas uma noite mal dormida. A ferritina, uma proteína produzida pelo fígado, desempenha um papel importante no armazenamento de ferro no organismo e sua deficiência pode ser a raiz de vários sintomas debilitantes.
Com capacidade de transportar até quatro mil átomos de ferro simultaneamente, a ferritina é fundamental na fabricação de hemoglobina e mioglobina, contribuindo para o transporte eficiente de oxigênio pelo sangue, como explica Gustavo Feil, médico especializado em Ciências da Longevidade Humana e Nutrologia.
“O exame laboratorial de ferritina não apenas é útil na avaliação dos níveis de ferro no sangue, mas também no diagnóstico de condições como anemia, hepatite, esteatose e até mesmo distúrbios inflamatórios, como observado em casos de Covid e gripe”, explica o profissional.
Níveis de ferritina ideais
Segundo Feil, níveis bons de ferritina são considerados entre 60 a 180 ng/mL, porém, é necessário não se iludir com os valores de referência padrão apresentados pelos laboratórios. “Cada indivíduo é único e é importante considerar o quadro clínico geral ao interpretar esses resultados”, explica.
A elevação da proteína em questão pode indicar excesso de ferro no organismo, sendo associada a uma variedade de condições, desde alcoolismo a hepatite. Feil alerta que, em alguns casos, o aumento dela pode não coincidir necessariamente com níveis elevados de ferro, indicando potenciais problemas de saúde, como processos inflamatórios associados a doenças graves.
Deficiência de ferritina
Como explica o médico, a deficiência da substância traz sintomas como cansaço, fraqueza, palidez e queda de cabelo, além de dificuldade em realizar atividades físicas, sonolência excessiva, tonturas, unhas fracas, falta de concentração, dores de cabeça recorrentes e falta de ar – mesmo com esforço mínimo.
Quanto ao tratamento, Feil afirma que varia de acordo com a causa, podendo incluir suplementação de ferro, dietas específicas ou, em casos mais graves, injeções parenterais.
“É importante salientar que, para saber mais sobre os níveis de ferritina e como interpretar os resultados, é fundamental um diagnóstico realizado por profissionais qualificados”, conclui o médico, ressaltando que a boa notícia é que, uma vez diagnosticada a deficiência de ferritina, o problema pode ser tratado e corrigido com a supervisão adequada de profissionais médicos.