As 9 leis da atração

Beleza, poder ou inteligência não explicam toda a atração que alguém exerce sobre uma multidão. Existe uma força invisível, mas totalmente perceptível, que atua a favor de quem domina a arte de encantar pessoas. É o tal do carisma, que já foi definido como dom divino e, hoje, é estudado pelos profissionais da psicologia, das ciências sociais e da neurolinguística para aumentar o magnetismo pessoal. Todo mundo tem a capacidade de brilhar.

 

“Quando esse talento não está aflorado, é porque, de alguma forma, ele foi bloqueado”, diz a psicóloga Deborah Epelman, representante afiliada da NLP University no Brasil, escola da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, dedicada ao estudo dos mecanismos cerebrais relacionados à linguagem. “Por isso, é fundamental pensar nas qualidades que você admira nas mulheres carismáticas e perguntar-se o que a impede de tê-las.” Separando os obstáculos reais dos imaginários, fica mais fácil atacar um a um. A seguir, os especialistas ensinam como decifrar os códigos da lei da atração. 

 

A primeira regra de ouro é acreditar no próprio poder. Parece fácil, mas, dependendo da forma como você foi criada, pode significar vencer alguns obstáculos. “Cada vez mais, se estuda a infância para entender os efeitos da família no desenvolvimento da autoconfiança”, afirma Leila Tardivo, professora do departamento de psicologia clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Se você não recebeu carinho e apoio dos seus pais e sempre ouviu deles que não era boa o suficiente, corre o risco de chegar à idade adulta acreditando que não tem nada de especial. Pior, acha que precisa mudar algo na sua personalidade ou na aparência – ser mais extrovertida, emagrecer, vestir as brands do momento – para só assim conquistar a admiração dos outros.

 

“Quem não gosta de si mesmo não consegue ser modelo para ninguém”, diz o psicólogo Alexandre Bortoletto, instrutor e coordenador acadêmico da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística. Essas crenças infantis não passam de bloqueios que podem ser desativados com a ajuda de bons amigos ou até de terapia. Para saber como anda a sua autoestima, o melhor jeito é fazer um balanço de como você se vê e comparar com a imagem que os outros têm sobre a sua personalidade e o seu jeito de agir. 

 

Viver atarefada significa vencer um turbilhão de desafios por dia. Mergulhada na rotina, você fica com a impressão de que nunca faz o suficiente. Não caia nessa. Use seus pontos fortes a qualquer momento – e não apenas quando dá tempo de pensar neles – porque conhecer as próprias qualidades é como lançar um holofote sobre si. Se você é comunicativa, por exemplo, envolva-se em projetos sociais, organize atividades que beneficiem os demais. Se organização é seu sobrenome, dê consultoria às amigas bagunceiras. “Fazer aulas de artes ou de teatro ajuda na hora de se soltar e entrar em contato com suas virtudes”, conclui Deborah Epelman. 

 

Repare nas pessoas que monopolizam as conversas. Elas falam sobre vários assuntos ou então dominam algum tema importante para o grupo ao redor. Para isso, não existe outro caminho a não ser ler bastante e se manter bem informada. É verdade que falar com segurança é uma habilidade que pode ser desenvolvida em cursos, desses que ensinam os gestos mais adequados e o tom de voz ideal para conquistar a atenção de uma plateia. Mas nem precisa tanto. Se você tiver um bom repertório, as chances de se tornar mais interessante do que as outras são altíssimas. O mesmo acontece quando a ideia é atrair seguidores na internet. Quem não está antenado com as novidades não tem nada de interessante para passar. 

 

Digamos que você tenha um blog de moda, mas não conheça ninguém da área. Isso a impede de construir uma rede de relacionamentos fundamental para ajudá-la a brilhar. Afinal, amigos com a mesma afinidade podem ser os seus melhores conselheiros – e os seus primeiros fãs incondicionais! A orientação dos especialistas é frequentar lugares em que sua futura turma se encontra, como palestras, cursos e outros eventos. 

 

Querer saber o que os outros pensam é meio caminho andado para conquistar a simpatia deles. E não se trata de fingir interesse, mas, sim, de realmente ter vontade de conhecer novas realidades. Além de mostrar que você se importa com as pessoas, esse gesto amplia a sua sensibilidade para se aproximar delas. “O carismático é aquele que entende as necessidades de alguém, mesmo as mais subjetivas – aquelas que não são ditas com palavras, mas ficam evidentes em um gesto”, explica a cientista social Fátima Motta, sócia-diretora da F&M Consultores e professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo, e da Fundação Instituto de Administração, da Universidade de São Paulo. Ouvir o que os amigos têm a dizer significa também estar aberta a receber elogios e críticas. Então, é fundamental ter maturidade emocional para não se deslumbrar nem perder o chão por causa de um comentário e desenvolver um bom filtro para separar o que realmente vai acrescentar algo de positivo a sua vida daquilo que é pura inveja. 

 

Ser autêntica tem a ver com quebrar regras de vez em quando e surpreender. Quando a norte-americana Jennifer Lawrence foi receber o Oscar de melhor atriz pela atuação no filme O Lado Bom da Vida, tropeçou na escadaria do teatro bem na frente dos maiores astros de Hollywood e de milhões de espectadores que assistiam à transmissão, lembra? Em vez de virar o fiasco da noite, ela se transformou na diva do ano porque, cheia de si, não se abalou com o acontecimento e ainda riu da situação. Não ser a certinha o tempo todo – e, portanto, parar de se cobrar tanto – cria empatia com o público. Admitir um erro também. “Fraquezas e deslizes assumidos podem fortalecer a sua imagem se você as enxerga de um jeito positivo. Isso causa uma identificação imediata com as pessoas”, avalia Alexandre Bortoletto. 

 

Pessoas alegres são magnéticas. Elas não esperam um acontecimento incrível para sorrir – simplesmente vivem o agora da melhor forma possível. “O carismático se dedica tão intensamente aos seus projetos que, mesmo quando passa por dificuldades, não deixa que elas fiquem maiores do que a paixão que sente pelos seus objetivos”, afirma Fátima Motta. Não significa que para ser um ímã de gente você precise parecer estar sempre bem. Procure apenas não se consumir nos momentos de stress. Postar no Facebook indiretas amargas para quem a magoou ou passar o tempo todo reclamando do trabalho, do marido, do salário, do corpo, do planeta significa que os problemas são o seu maior foco – e isso repele qualquer audiência. 

 

Reconheça verbalmente as gentilezas, os favores e as críticas construtivas que alguém fizer. E, na primeira oportunidade, retribua com um agrado: um bombom para a colega do trabalho que quebrou um galho para você, um beijo pela surpresa linda que o namorado preparou, uma mensagem carinhosa para a amiga que abriu seus olhos para um defeitinho que poderia atrapalhar seu relacionamento. 

 

“A preocupação exagerada em ser carismática muitas vezes é sinal de autoestima baixa”, alerta Bortoletto. Quem tem postura arrogante também pode sofrer de complexo de inferioridade. Para dominar os códigos da lei da atração, é necessário encontrar o caminho do meio: só ele levará você a desenvolver as habilidades de um jeito natural e a conquistar uma legião de fãs por onde quer que passe.