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Enxaqueca pélvica: o que é e como tratar

Você sabia que a enxaqueca pode estar ligada diretamente à região pélvica?

Por Larissa Serpa
Atualizado em 21 out 2024, 16h41 - Publicado em 30 jun 2023, 12h58
enxaqueca pélvica
 (wayhomestudio/Freepik)
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Sim, em alguns casos, a enxaqueca, que acomete milhares de mulheres, pode estar relacionado ao desequilíbrio da pélvis. Márcia Oliveira, Doutora em Ciências de Saúde, fisioterapeuta pélvica e terapeuta sexual, explica sobre a Enxaqueca Pélvica a seguir.

“A fisioterapia pélvica vai identificar a  causa da dor na pélvis – que pode ser uma endometriose, como foi o caso da cantora Anitta. Essa dor não tratada pode ser somatizada e causar a enxaqueca, entre outros problemas. O que a fisioterapia faz é localizar o problema para se retirar a dor local, soltando a musculatura do entorno”, explica Márcia.

O QUE É A ENXAQUECA PÉLVICA?

Enxaqueca pélvica são dores ou perturbações tensionais, que incluem um ou mais sintomas como dor genital, retal, ou abdominal, podendo ter aumento desses sintomas ao sentar, durante ou após o ato sexual, e podem acompanhar sintomas disfuncionais de frequência urinária aumentada, ou mesmo diminuída, hesitação ao urinar, constipação, e até limitação de mobilidade.

Manifesta-se de forma crônica e progressiva, levando a sofrimento e diminuição da qualidade de vida. A característica dessa dor é descrita, algumas vezes, como pontadas, fisgadas, queimação, ardência, tendo um quadro neural, podendo até irradiar para outras áreas.

A enxaqueca pélvica é descrita na literatura também como uma dor pélvica crônica, mas quando descrevemos os sintomas os pacientes compreendem melhor como um quadro de enxaqueca, já que a percepção dessa tensão dos músculos só ocorre quando há intervenção da fisioterapia.

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QUAIS SÃO AS CAUSAS?

“Na maioria das vezes, os exames clínicos podem parecer absolutamente normais, não correspondendo aos sintomas apresentados. O que esses pacientes apresentam em comum da dor tensional, são longos períodos sentados e baixa qualidade de consciência da região intima.  Mas casos de endometriose, traumas cirúrgicos e até lesões após o parto podem ser a causa primária. Ou seja: disfunções na região da cintura pélvica podem acometer o funcionamento dessa área, levando à sintomas tensionais, ou o inverso também ocorre.”

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

“Na mulher, os sintomas de dor costumam se manifestar na atividade sexual, sendo também frequente alterações na eliminação de fezes e urina. A musculatura da cintura pélvica tem semelhanças com a da outra cintura, a escapular, e em ambas temos a características de acumular tensões e emoções, sendo comum termos a percepção de tensão nos ombros, mas não é evidente para a maioria das pessoas, as tensões na região da pelve.”

QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS PARA ENXAQUECA PÉLVICA?

“Como é um quadro de dor neurológica e crônica, os tratamentos ofertados podem ser para o manejo dos sintomas, como anti-inflamatórios e ou fármacos para essa finalidade. Porém, a melhora do quadro se torna efetiva após a identificação das causas primarias, visando à sua solução. Uma terapêutica importante nesses casos é sempre a educação do paciente no manejo da dor, visando a melhora dos músculos do pavimento pélvico, com redução das tensões envolvidas e priorizando as funções de eliminação de urina e fezes e a melhora da função sexual. Ou seja: o conhecimento das funções da pelve e dos seus músculos, a compreensão do controle dessas funções e desses músculos fundamentais para um tratamento eficaz.”

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COMO PREVENIR A ENXAQUECA PÉLVICA?

“Um estilo de vida saudável pode ser visto como uma opção de prevenção. Com fatores estressantes no dia a dia, os músculos do pavimento pélvico podem ficar tensionados e desenvolver essa enxaqueca. Eu destacaria conhecer seu corpo, movimentar-se, beber água, dormir bem e evitar ficar sentada por longos períodos.”

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