Continua após publicidade

Mirena, Kyleena, Cobre, Prata: conheça os tipos de DIUs

Ginecologista esclarece os principais detalhes a respeito dos diferentes tipos de DIUs

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h33 - Publicado em 25 out 2022, 14h30
DIUs
 (Divulgação/Divulgação)
Continua após publicidade

Segundo o Ministério da Saúde, até 2018, 1,9% das brasileiras utilizavam o DIU (Dispositivo Intrauterino).

Um recente levantamento feito pelo Instituto Ipsos apontou que 58% das mulheres por todo o país fazem o uso das pílulas anticoncepcionais e apenas 8% avaliavam o DIU como uma outra opção.

Além disso, uma pesquisa da UNICAMP, realizada com 2.885 moradoras da cidade de São Paulo e publicada em outubro de 2020 no Caderno de Saúde Pública, mostrou que apenas 2,5% das entrevistadas utilizavam o DIU.

Enquanto as pílulas anticoncepcionais apresentam uma taxa de falha de 9%, o DIU apresenta apenas de 0,2% a 0,8%, segundo estudo da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Ao falar sobre o baixo índice de mulheres que escolhem o DIU, o Dr. Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, Membro da FEBRASGO e Especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre, destaca a desinformação como um fator que está diretamente relacionado a isso.

“É fundamental que o médico explique o funcionamento de cada contraceptivo, inclusive os benefícios e os efeitos colaterais. Tão importante quanto é saber o histórico da paciente e orientar qual seria o método contraceptivo mais indicado para ela. A partir das informações, a mulher terá conhecimento e a liberdade de escolher o que melhor lhe convém”, conta o médico.

Continua após a publicidade

O DIU, que é inserido no útero pelo ginecologista, pode ter o formato de T ou Y e funciona prevenindo a chegada dos espermatozoides até os óvulos.

O ginecologista Dr. Carlos Moraes esclarece os principais pontos a respeito de cada tipo de DIU.

DIU DE COBRE
O DIU de cobre é um dos mais conhecidos entre os contraceptivos. Ele conta com uma estrutura de plástico e é revestido de cobre.

Como não tem hormônios, o DIU de cobre age inflamando o tecido uterino, gerando alterações bioquímica e atrapalhando que os espermatozoides cheguem até os óvulos. A duração é de 5 a 10 anos.

Continua após a publicidade

Vantagens
Em comparação aos DIUs hormonais, o DIU de cobre conta com a grande vantagem de não interferir no uso de medicamentos, como anticonvulsionantes e antibióticos.

Além disso, seu índice de eficácia de 99% também é um dos seus pontos positivos. “E, ao contrário do que se pensa, o DIU de cobre tem maior adesão pelo fato de não haver progesterona, podendo ser usado até por pacientes com câncer de mama ou trombose, por exemplo”, diz.

DIU DE PRATA
O DIU de prata contém tanto a prata como o cobre. Neste método contraceptivo, a função da prata é estabilizar o cobre, garantindo que ele não seja fragmentado no organismo, reduzindo possíveis cólicas e sangramentos menstruais e aumentando a eficácia.

Continua após a publicidade

Ele atua da mesma forma que o DIU de cobre, no entanto, sua duração média é de 5 anos.

Vantagens
O formato em Y do DIU de cobre/prata facilita a inserção no útero, reduzindo possíveis desconfortos no momento da colocação.

“Por isso, ainda que o DIU de cobre seja mais barato e tenha maior eficácia (o de prata gira em torno de 99,4%), ele é mais indicado para mulheres com alto fluxo menstrual e com tendência a fortes cólicas”, relata o ginecologista.

DIU de cobre x prata

Continua após a publicidade

Em relação ao DIU de prata, o DIU de cobre pode causar maior alteração no fluxo menstrual e nas cólicas. “Muitas vezes, o aumento do fluxo pode deslocar o DIU, diminuindo sua eficácia contraceptiva. Além disso, ambos não podem ser utilizados por mulheres alérgicas à prata e ao cobre”, esclarece.

DIU Mirena

Em sua composição, o DIU Mirena, também conhecido como DIU hormonal ou SIU (Sistema Intrauterino), tem o levonorgestrel, um hormônio sintético da progesterona que é capaz de afinar o endométrio e alterar o muco cervical, fazendo com que o útero não consiga se tornar um ambiente propício para a fecundação.

Em razão da liberação hormonal gerada por este método contraceptivo, cerca de 44% das mulheres param de menstruar após seis meses de uso.

O Mirena tem uma eficácia de 5 anos e é indicado para mulheres com endometriose ou adenomiose.

DIU Kyleena

Continua após a publicidade

O DIU Kyleena também é um método contraceptivo hormonal com levonorgestrel em sua composição. Entretanto, a diferença entre o Kyleena e o Mirena é que o primeira conta com uma menor dosagem de hormônio.

O Kyleena contém 19,5mg do hormônio, sendo que, após a sua inserção, libera 17,5mcg nos primeiros 24 dias. Após 60 dias, libera 15,3mcg.

Além disso, este dispositivo tem um anel de prata que garante maior visibilidade nos exames de ultrassom. Quando falamos em tamanho, o Kyleena é menor do que o Mirena, medindo 30mm de comprimento, 28mm de largura e 1,5mm de espessura. Por isso, ele é bastante indicado para adolescentes e mulheres com o útero pequeno, como as que nunca passaram por uma gestação.

Assim como Mirena, a validade do Kyleena também é de 5 anos. A taxa de falha dos dois dispositivos hormonais é parecida: cerca de duas em cada mil mulheres podem engravidar durante o primeiro ano de uso.

Vantagens do Mirena e Kyleena

O Mirena pode ser usado como meio de reposição hormonal na menopausa e como tratamento para pacientes diagnosticadas com endometriose.

Em relação aos efeitos colaterais, o Kyleena, por ter um menor nível hormonal, se destaca em comparação ao Mirena, mesmo que o efeito contraceptivo seja igual

Desvantagens do Mirena e Kyleena

Os dois dispositivos não devem ser utilizados por mulheres que tenham alguma contraindicação relacionada a hormônios e que tenham trombose ou câncer de mama.

“Vale lembrar que independentemente de sua escolha, a camisinha é indispensável nas relações sexuais, pois, além de também ser um contraceptivo, ela é o único meio de prevenir as infecções sexualmente transmissíveis”, enfatiza o Dr. Carlos Moraes.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.