Dermatologista explica causas e tratamentos para caspa no inverno
Especialista alerta para maior incidência de doenças de pele no inverno, incluindo a dermatite
Com a chegada dos meses mais frios, cresce a incidência de dermatoses, especialmente aquelas associadas ao ressecamento da pele, como a dermatite atópica e dermatite asteatósica. Além disso, há um aumento significativo de casos de dermatite seborreica, popularmente conhecida como caspa – quando a ocorrência é no couro cabeludo.
De acordo com a dermatologista Paula Rodrigues, do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), além do couro cabeludo, a dermatite seborreica pode atingir outras áreas do rosto, como a região da barba e das sobrancelhas. “Aparece na forma de descamação e vermelhidão, algo que chama a atenção das pessoas e causa incômodo no portador”, salienta a especialista.
Causas da caspa no inverno
Alguns gatilhos podem desencadear crises da dermatite seborreica, como as variações extremas de temperatura. “Ir do muito frio ao muito quente, algo comum no inverno, pois com as baixas temperaturas em ambiente externo, acabamos aumentando a exposição a aquecedores, além de usar chuveiro muito quente em banhos prolongados. São fatores agravantes dessa condição”, destaca Paula.
Porém nem todo mundo consegue resolver o problema facilmente, por isso é fundamental a consulta com um dermatologista nos casos em que a descamação persiste. “Existem várias opções de tratamentos, mas elas variam de paciente para paciente. Por isso, a necessidade de consultar um especialista, recomenda a dermatologista do HUEM.
Paula Rodrigues destaca que apesar do impacto estético negativo, a dermatite seborreica não apresenta sintomas associados, tampouco manifesta complicações de maior gravidade. “Não há risco de acarretar um agravamento do quadro, é mais esse desconforto visual, que as pessoas acabam reparando”, afirma.
E quanto a dermatite atópica?
Segundo a profissional, é diferente o caso da dermatite atópica, uma condição hereditária e bastante sintomática, que causa muita coceira, podendo machucar, infeccionar e levar a consequências mais graves dependendo da intensidade. “A pele que já tem a tendência de ser mais ressecada, em determinadas áreas do corpo, principalmente áreas de dobras, começa a apresentar vermelhidão, descamação e coceira”, explica a supervisora do Ambulatório de dermatologia do HUEM, Michele Tokarski. “Nesses casos, o banho quente também é um vilão, pois contribui para o agravamento do quadro, assim como a falta de hidratação”, completa.
A dermatite atópica pode ocorrer em qualquer faixa etária, contudo é mais comum em pacientes jovens, inclusive crianças. A especialista alerta que “assim que o paciente perceber alguma lesão de pele ou sentir algum incômodo associado, é importante buscar ajuda médica para que as melhores medidas sejam tomadas, visando diminuir o desconforto e as lesões”.
A hidratação diária é um dos pilares do tratamento da dermatite atópica. “Uma boa hidratação ajuda muito, especialmente após o banho”, salienta Michele.
Além disso, ainda há a dermatite asteatósica, que não é hereditária como a dermatite atópica, mas apresenta sintomas semelhantes e também são agravados no inverno. Tem maior incidência nas pessoas idosas, que com o passar dos anos perdem líquido e possuem a pele mais ressecada.
Para combater todas as dermatoses de inverno, Michele Tokarski enfatiza a importância das consultas. “Os diagnósticos não costumam precisar de exames complementares. O olho clínico do especialista é fundamental”, conclui.