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BBB 24: Wanessa conta que fez cirurgia de endometriose para engravidar

Especialista em reprodução humana comenta sobre a relação entre o procedimento e a fertilidade feminina. Entenda!

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 17h41 - Publicado em 1 fev 2024, 18h00
wanessa fez cirurgia de endometriose
A cantora Wanessa Camargo é mãe de José Marcus, de 11 anos, e João Francisco, de 8 anos. | (Instagram @wanessa/Reprodução)
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Confinada no Big Brother Brasil 2024, da TV Globo, a cantora Wanessa Camargo, que faz parte do grupo camarote, contou aos brothers que, aos 27 anos, precisou realizar uma cirurgia para tratar a endometriose e, assim, conseguir engravidar. “Estava com 27 anos e não conseguia engravidar. Falei: ‘vamos operar’. Um ano depois, eu engravidei”, relatou.

Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada. Além de ser a principal causa de infertilidade feminina, a endometriose pode causar cólica menstrual intensa, dor durante a relação sexual e dificuldade para urinar/evacuar.

Uma das medidas terapêuticas para a endometriose é a cirurgia, que normalmente é indicada quando não há resposta ao tratamento clínico ou para estados muito avançados.

SAIBA MAIS SOBRE A CIRURGIA DE ENDOMETRIOSE

Segundo o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo, a cirurgia da endometriose é realizada por meio da videolaparoscopia.

“Esse é um procedimento minimamente invasivo que visa retirar os focos de endometriose, melhorando a anatomia dos órgãos reprodutivos e diminuindo o efeito inflamatório da doença no funcionamento deles”, explica.

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Ao remover os focos da endometriose, a cirurgia pode realmente contribuir para a melhora da fertilidade. “Isso porque, na endometriose, as células do endométrio, mucosa que reveste a parede do útero, não expelidas durante a menstruação se espalham pelo aparelho reprodutivo e atrapalham a implantação do embrião fecundado”, detalha.

Entretanto, é importante que a cirurgia da endometriose seja muito bem recomendada, pois, em algumas situações, ela pode trazer desafios maiores para mulheres que ainda desejam engravidar.

“O procedimento pode causar um impacto importante na fertilidade, pois, dependendo da abordagem, a videolaparoscopia pode reduzir em até 70% a reserva ovariana, que reflete o estoque de óvulos da mulher”, alerta o médico.

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“O objetivo do procedimento é a remoção dos focos de endometriose. No entanto, no caso de retirada de endometriomas, que são cistos de endometriose nos ovários, a cirurgia pode causar danos, por exemplo, ao tecido ovariano, assim resultando na perda dos folículos ao redor e, consequentemente, na diminuição da reserva ovariana”, completa.

Nesse sentido, é fundamental que a indicação do tratamento seja feita de forma individualizada e considerando cuidadosamente o caso de cada paciente. “Por exemplo, a cirurgia pode não ser a melhor opção para as mulheres que já possuem baixa reserva ovariana, o que pode ser avaliado através do ultrassom transvaginal e do exame de hormônio anti-mulleriano (AMH)”, exemplifica.

De qualquer forma, para mulheres que passarão pelo procedimento e querem engravidar no futuro, uma orientação é preservar a fertilidade por meio do congelamento de óvulos. “O congelamento de óvulos, também conhecido como criopreservação, consiste no congelamento dos óvulos em nitrogênio líquido na temperatura de -196°C, o que inativa seu metabolismo sem prejudicar sua viabilidade”.

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Dessa forma, mesmo que a reserva ovariana seja comprometida pela cirurgia, ainda existe a possibilidade de gestação através da fertilização in vitro. “Na FIV, os óvulos anteriormente congelados são fecundados com espermatozoides em laboratório para a formação de um embrião, que, ao alcançar certo estágio de desenvolvimento, é transferido para o útero da mulher”, diz.

Rosa ainda enfatiza que mulheres com endometriose em um relacionamento estável podem optar por congelar embriões no lugar dos óvulos. “Congelar o embrião permite que saibamos com antecedência sua qualidade, o que nos dá uma chance mais aproximada da realidade em termos de prognóstico de gravidez, o que não é possível com o congelamento de óvulos”, conta o especialista.

A desvantagem dessa opção é que o embrião pertence ao casal. “Então, se houver uma separação no futuro, a mulher não poderia transferir os embriões. E precisa chegar a um acordo com o ex-parceiro para saber o destino desses óvulos fecundados”.

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Por fim, é necessário ressaltar que, seja com embriões ou óvulos congelados, as taxas de fertilização in vitro em mulheres com endometriose são as mesmas de quando o procedimento é realizado por outras razões. Por isso, o Dr. Rodrigo conclui que a FIV é um método ideal para garantir que as pacientes com endometriose tenham as chances de serem mães biológicas aumentadas.

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