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Entenda o que é o vírus Epstein-Barr, que infectou Anitta

Cantora revelou o diagnóstico no último sábado (3), durante evento de lançamento do documentário "Eu", longa autobiográfico de Ludmila Dayer

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h31 - Publicado em 5 dez 2022, 17h00
Anitta
 (Instagram @anitta/Reprodução)
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No último sábado, 3 de novembro, durante o evento de lançamento do documentário “Eu”, da atriz e diretora Ludmila Dayer, em São Paulo, Anitta revelou que foi diagnosticada com o vírus Epstein-Barr há dois meses.

O longa, no qual a cantora trabalhou como produtora, aborda a luta de Ludmila contra a esclerose múltipla, condição que, de acordo com ela, foi causada pelo vírus.

“Quando chegaram os resultados eu estava com o mesmo vírus que a Ludmila, em fase inicial. Hoje em dia não existe coincidência. Por sorte, por destino, eu consegui nem chegar no estágio que a Ludmila chegou”, relatou Anitta, que, assim que recebeu o diagnóstico, começou a fazer o tratamento adequado e conseguiu conter a evolução do patógeno.

O que é a doença causada pelo vírus Epstein-Barr?

Segundo o Dr. Rubens Pereira, infectologista e professor do curso de Medicina da Unifran, o vírus causa a mononucleose infecciosa, conhecida popularmente como “doença do beijo”.

O Ministério da Saúde informa que a condição afeta principalmente indivíduos entre 15 e 25 anos, sendo que a sua transmissão se dá, na maioria das vezes, por meio do contato de secreções orais (saliva) entre uma pessoa infectada e uma não infectada.

Entretanto, o especialista também conta que existem outras maneiras raras de transmissão, como por meio da transfusão de derivados de sangue.

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“O diagnóstico é feito através de um exame de sangue, que é uma sorologia contra o Epstein-Barr. Essa sorologia mostra a criação de anticorpos contra o vírus”, diz o Dr. Alexandre Cunha, médico infectologista do Grupo Sabin.

Quais são os sintomas?

Em alguns casos, a mononucleose infecciosa pode ser assintomática. No entanto, ela pode gerar febre, faringite, aumento dos gânglios, desconforto abdominal, cefaleia, fadiga, inchaço no fígado, tosse, entre outros sintomas, segundo o Dr. Rubens Pereira.

“Suas manifestações são variadas, em geral benignas, variando de um simples resfriado a uma febre um pouco mais prolongada acompanhada de aumento de linfonodos e do baço”, completa o Dr. Renato Grinbaum, infectologista e professor de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid).

Como é feito o tratamento?

O tratamento da doença é de suporte, ou seja, envolve o repouso, a hidratação e o uso de medicamentos para alívio dos sintomas. “Não existe até a presente data o uso de antibióticos ou de antivirais específicos”, destaca o professor da Unifran.

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Em casos que apresentem obstrução de vias aéreas, grave redução do números de plaquetas no sangue ou anemia hemolítica, o Ministério da Saúde indica que o uso de corticoides pode ser útil.

Relação com a esclerose múltipla

Considerada uma doença inflamatória, autoimune e degenerativa, a esclerose múltipla envolve a substância branca e cinzenta do sistema nervoso central.

Ela é caracterizada pela desmielinização da bainha de mielina, membrana lipídica que protege as células nervosas, atuando como um isolante térmico e desempenhando um papel importante na comunicação entre os neurônios.

Segundo o Dr. Rubens Pereira, existem inúmeros estudos que fazem a correlação entre a família Herpesviridae e a patogênese dessa doença.

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“O vírus Epstein-Barr, o citomegalovírus, o herpes vírus tipo 6 e o herpes vírus tipo 7 são os mais estudados como causadores da condição, sendo que eles atuariam como um gatilho em pessoas geneticamente suscetíveis a ela”, inicia Pereira.

“Logo, o vírus Epstein-Barr ocasiona um aumento no risco da esclerose múltipla, porém é pouco provável que seja o único responsável pelo seu início. Ele pode colaborar para o futuro desenvolvimento da condição, mas a incidência desse fenômeno ainda não está bem estabelecida”, completa ele.

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