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Alisar o cabelo aumenta o risco de câncer no útero, aponta estudo

Pesquisa feita nos Estados Unidos alertou para o risco que os produtos químicos para alisar o cabelo têm no desenvolvimento do câncer

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 out 2024, 16h38 - Publicado em 8 set 2023, 10h00
Entenda qual é a relação entre alisar o cabelo e a saúde do útero
 (Freepik/Divulgação)
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Alisar o cabelo com produtos químicos faz parte da rotina de beleza de muitas pessoas. Contudo, um estudo apontou que esse tipo de cosmético pode aumentar o risco de câncer no útero.

Conduzida pelos National Institutes of Health, dos Estados Unidos, e publicada no Journal of the National Cancer Institute em outubro de 2022 a pesquisa descobriu que “mulheres que usavam produtos químicos para alisamento de cabelo corriam maior risco de câncer uterino em comparação com mulheres que não relataram o uso destes produtos”, de acordo com um comunicado do National Institute of Environmental Health Sciences (NIEHS).

Saiba mais sobre o estudo a seguir!

 

O que diz o estudo sobre alisar o cabelo?

O estudo que investigou os efeitos negativos de alisar o cabelo procurou fatores de risco para câncer de mama e outras condições de saúde e incluiu 33.497 mulheres com idades entre 35 e 74 anos. Aquelas que relataram uso frequente dos produtos químicos – ou mais de quatro vezes no ano – tiveram duas vezes mais probabilidade de desenvolver câncer uterino do que as participantes que não usavam produtos químicos para deixar os fios lisos.

Essa taxa é preocupante, uma vez que ela se soma a um crescente conjunto de pesquisas que mostram que o uso de muitos produtos para os cabelos e outros para cuidados pessoais pode estar contribuindo para tendências crescentes de câncer e outros resultados adversos à saúde.

“O câncer uterino é relativamente raro”, disse Alexandra White, chefe do grupo de meio ambiente e epidemiologia do câncer do NIEHS e principal autora do estudo, em comunicado divulgado à imprensa.

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De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, ele representa apenas cerca de 3% dos novos casos de câncer. Contudo, embora não seja a forma mais comum da doença em geral, é o câncer mais comumente encontrado no sistema reprodutor feminino. Além disso, os casos de cancro uterino – ou seja, tumor no útero – têm aumentado desde 2000, especialmente entre as mulheres negras, segundo um estudo de 2019.

 

 

Relação entre índice de câncer e mulheres negras

No estudo de 2022, quase 60% das participantes que relataram o uso de alisadores químicos no ano anterior se identificaram como mulheres negras. Embora os resultados não tenham mostrado qualquer diferença entre o uso de alisadores e a incidência de cancro uterino por raça, os efeitos negativos para a saúde podem ser maiores para as mulheres negras devido a uma maior prevalência de uso, observou o NIEHS.

“Como as mulheres negras usam produtos para alisar ou relaxar o cabelo com mais frequência e tendem a iniciar o uso em idades mais precoces do que outras raças e etnias, essas descobertas podem ser ainda mais relevantes para elas”, acrescentou Che-Jung Chang, autora do novo estudo e pesquisadora do ramo de epidemiologia do NIEHS, também no comunicado.

 

Mais descobertas relacionadas ao câncer

Não é de hoje que estudos apontam que os produtos químicos de alisar o cabelo podem aumentar o risco das mulheres de desenvolver cancros relacionados a hormônios, disse a NIEHS em comunicado.

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Inclusive, a mesma equipe responsável pelo estudo feito em 2022 também concluiu em outra pesquisa, feita em 2019, que os cosméticos para deixar os fios lisos e a tintura de cabelo permanente podem aumentar o risco de tumores da mama e dos ovários.

Quando o último estudo começou, os participantes relataram em questionários o uso de produtos incluindo alisadores, tinturas de cabelo, relaxantes, permanentes, entre outros. Durante o estudo de quase 11 anos, 378 casos de câncer uterino foram diagnosticados.

“Estimamos que 1,64% das mulheres que nunca usaram alisadores de cabelo desenvolveriam câncer uterino aos 70 anos; mas para usuárias frequentes, esse risco sobe para 4,05%”, disse Alexandra White.

É importante ressaltar que tanto o uso de produtos quanto a incidência de câncer foram auto-relatados pelas participantes do estudo, o que pode deixar margem para erros. Contudo, ainda assim vale a pena prestar atenção às descobertas do estudo.

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Além disso, os pesquisadores não rastrearam informações específicas sobre marcas ou ingredientes das mulheres no estudo. No entanto, observam que existem produtos químicos encontrados em alisantes químicos, incluindo bisfenol A (comumente referido como BPA), parabenos, formaldeído e metais, que podem estar a contribuir para o maior risco de cancro uterino encontrado.

Sendo assim, o ideal é consultar um dermatologista antes de colocar qualquer produto em contato com a pele ou o couro cabeludo.

Além disso, com o movimento dos cabelos naturais cada vez mais forte e empoderado, atualmente há uma série de informações sobre cuidados com fios ondulados, cacheados e crespos, para estimular a transição capilar de mulheres que querem a suas versões naturais e abandonar de vez o alisamento.

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