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Dormir mal faz você comer 385 calorias a mais no dia seguinte

A conclusão é de uma revisão de estudos publicada no European Journal of Clinical Nutrition em novembro de 2016

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 21 out 2024, 19h17 - Publicado em 21 nov 2016, 19h01
Mulher comendo pizza
 (misuma/Thinkstock/Getty Images)
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Não é só impressão: as noites mal-dormidas são, sim, um gatilho para você atacar um bolo de chocolate ou um belo cheeseburguer no dia seguinte. E quem diz isso é a ciência. Em um estudo publicado no dia 2 de novembro de 2016 no European Journal of Clinical Nutrition um time de pesquisadores da King’s College London, na Inglaterra, concluiu que pessoas que dormem pouco consomem, em média, 385 calorias a mais por dia do que aquelas que conseguem descansar durante a noite.

E o trabalho tem embasamento: foram revisados 11 estudos que reuniam, no total, 172 participantes e que investigavam o consumo energético deles 24 horas depois de terem acordado. Os artigos comparavam voluntários que dormiam de 3 horas e meia a 5 horas e meia por noite a pessoas que descansavam por 7 a 12 horas. As conclusões mostraram que poucas horas de sono fazem com que o indivíduo coma mais alimentos gordurosos e menos itens ricos em proteína no dia seguinte. Os experts não notaram mudanças na ingestão de carboidratos.

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“A principal causa da obesidade é um desequilíbrio entre o consumo e a queima de calorias, e esse estudo é mais uma evidência de que a falta de sono poderia contribuir para essa disparidade”, analisa Gerda Pot, uma das autoras da investigação. “Se a privação do descanso noturno afeta por muito tempo a ingestão calórica, ela pode contribuir para o ganho de peso”, alerta Pot.

No entanto, as explicações de por que noites mal-dormidas fazem com que a gente coma mais ainda não estão claras. Segundo os pesquisadores britânicos, pode ser que áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa sejam ativadas quando uma pessoa que dormiu pouco se depara com um alimento. Outra hipótese é que um desajuste no relógio biológico afete a regulação de hormônios como a leptina, ligada à saciedade, e a grelina, relacionada à fome.

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“Nossos resultados apontam o sono como um potencial terceiro fator, além da dieta e do exercício, no combate ao ganho de peso”, comenta a líder da investigação, Haya Al Khatib. De acordo com ela, são necessários mais estudos para entender os efeitos a longo prazo que dormir mal pode causar na saúde e na tendência à obesidade. Mas não é preciso esperar que esses trabalhos sejam concluídos para começar a ter boas noite de sono. Seja por conta das calorias, seja para se manter bem emocionalmente, você só tem a ganhar com esse hábito.

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