Você sabia que nós mulheres sofremos muito mais com problemas relacionados ao intestino do que os homens? Pois é. Para você ter uma noção, uma pesquisa feita em 2012 chamada Estudo SIM Brasil – Saúde Intestinal da Mulher, realizada pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) em parceria com uma fabricante de iogurtes, revelou que duas em cada três entrevistadas declararam ter algum incômodo com sua saúde intestinal.
Devido a isso, é preciso começar a prestar atenção no que comemos, uma vez que a nossa alimentação influencia em muito no sistema digestivo. Isso vale também para as dietas consideradas saudáveis, sabia? Muitas delas são baseadas em grandes quantidades de proteínas, outras têm fibras demais… E tudo isso pode afetar o seu relógio biológico. Entenda a relação:
Dieta cetogênica: pode deixar o intestino preso ou causar diarreia
“Isso porque é uma alimentação baseada em gorduras e proteínas”, explica a nutricionista Larissa Cohen, especialista em nutrição oncológica e clínica, do Rio de Janeiro. São dois lados de uma mesma moeda: se você exagerar nas gorduras, pode ser obrigada a ir ao banheiro mais vezes ao dia do que o normal. E ainda ter fezes mais pastosas.
Por outro lado, o fato da alimentação focar nas carnes pode fazer com que muita gente esqueça das fibras. E é aí que entra a constipação. “A proteína de origem animal até possui fibras, mas que são difíceis de digerir e causam o intestino preso”, diz Larissa. A solução, segundo a nutricionista, pode ser mesclar com a chamada dieta “keto plant”. “Ela é baseada em ingredientes de origem vegetal. Nesse caso, tanto a prisão de ventre quanto a diarreia são mais improváveis”. Alguns dos alimentos usados nela são: sementes, folhas, cogumelos e tofu.
Contudo, é sempre importante lembrar que tanto a cetogênica quanto a keto plant não devem ser feitas por um longo período de tempo e devem ser acompanhadas sempre de um especialista.
E a low carb?
Com a low carb, o volume das suas porções vai diminuir um pouco. “Corta-se pão, massas e biscoitos no geral, que dão muito peso às refeições”, afirma Larissa Cohen. Com isso, seu cocô e idas ao banheiro diminuem, dando a sensação de intestino preguiçoso.
Além disso, é preciso prestar atenção na ingestão de água se optar por adotar esse tipo de alimentação. Como ele também foca nos vegetais ricos em fibras, saladas e folhas, você pode até pensar que sua digestão vai funcionar direitinho. Mas aqui vai um truque: isso não acontece se você não tomar água suficiente, sabia? “Se a pessoa não acompanhar a dieta com muitos líquidos, a fibra das folhas e a falta de volume (por conta da eliminação de carboidratos) pode ressecar as fezes e fazer com que elas sejam difíceis de serem expelidas.”
Dieta da sopa ou do suco
Com as dietas líquidas, o raciocínio é parecido: ao diminuir drasticamente o volume do que você vai comer (porque a maior parte das suas refeições será composta de água), pode ser que você tenha um pouco de prisão de ventre. “Mas se você optar por ingredientes muito laxativos, como é o caso do mamão, abacate e ameixa, vai ter o efeito contrário”, explica a nutricionista. Por isso, maneire no suco verde!
Dieta plant based
O nome já denuncia: é baseada em verduras, legumes e folhas. As proteínas mais utilizadas são as de origem vegetal, mas não exclui completamente as carnes. “E isso pode melhorar o funcionamento do intestino, ainda mais se associado com a ingestão de água”. Vale investir também em alimentos que tenham prebióticos e probióticos, como o kefir. “No caso da plant based, podem entrar alguns laticínios, como iogurte, além de alimentos com gorduras boas, como abacate e castanhas.”