Sexo diário é bom para a saúde mental? Especialista responde
Do ponto de vista psiquiátrico, a frequência das relações sexuais por si só não é suficiente para classificar como saudável ou patológico. A frequência do ato é algo muito individual.
Há pessoas que optam por não ter relações sexuais e se sentem bem com isso, por outro lado, há pessoas que se sentem melhor tendo relações sexuais todos os dias.
Essa preferência é fortemente influenciada por questões culturais, familiares e histórico pessoal, não sendo possível julgar qual seria a melhor frequência para a população de uma forma geral. Cada indivíduo é único e livre para fazer suas escolhas, contanto que respeite a liberdade e limites das pessoas ao redor.
Sendo feito de forma segura, ter relação sexual todos os dias pode trazer bem-estar, aumento da autoestima, melhora da qualidade do sono, diminuição do estresse, além dos benefícios cardiovasculares e fortalecimento da musculatura esquelética.
No entanto, a relação sexual realizada todos os dias pode se tornar um transtorno para algumas pessoas. Em alguns casos, o comportamento acaba virando algo muito semelhante à dependência de substâncias psicoativas, podendo colocar a pessoa em risco e gerando sofrimento para si ou para outro.
Para identificar se a pessoa apresenta um risco de desenvolver um transtorno, pode-se fazer algumas perguntas como:
1) Ter relação sexual todos os dias é sentido como uma obrigação?
2) Não ter relação sexual em um dia da semana gera estresse e angústia?
3) Ter relação todos os dias prejudica seu trabalho ou afazeres do dia a dia, por exemplo, faltar no trabalho ou deixar de cumprir as obrigações?
4) Para ter relação todos os dias, outra pessoa é colocada em risco ou ofendida?
Se qualquer uma dessas respostas for positiva, aconselha-se a procurar ajuda profissional para uma melhor avaliação. Vale destacar que o ato sexual é algo para ser prazeroso, diminuir o estresse e melhorar o dia.
Dr. Mauro Oide Jr, psiquiatra e professor do curso de medicina da Universidade Cidade de S. Paulo – UNICID