O que pode acontecer se eu espremer uma espinha?
O principal risco de espremer espinhas é a ocorrência de infecção secundária. A pele já está com as barreiras comprometidas pelo processo inflamatório da acne, quando traumatizamos ainda mais ao tentar espremer, quebramos fisicamente uma barreira de defesa da nossa pele e ainda levamos para este local (que agora está desprotegido) inúmeros germes presentes na nossa mão e unhas.
Essa infecção geralmente se dá por bactérias que vão causar vermelhidão, inchaço, acúmulo de pus e podem agravar evoluindo para um quadro chamado celulite que pode ser muito grave (principalmente na face) e necessitar até de internação hospitalar.
A celulite da face é um quadro que pode ser bastante grave e ocasionar outras complicações que devem ser sempre avaliadas por um médico. Pode ser necessário internação e antibiotico venoso.
Além da infecção que é a consequência mais grave a curto prazo, este mau hábito pode aumentar a chance de cicatrizes permanentes de acne, quadro de tratamento muito difícil e que traz muito desconforto.
Toda espinha pode deixar marcas e, quanto mais profundas elas são, maiores as chances de cicatrizes, pois a cicatriz é resultado do processo inflamatório. Quanto mais inflamação, mais cicatriz. Quando esprememos, aumentamos esta inflamação, então a chance de cicatriz também aumenta.
Outra complicação que pode ocorrer é a infecção a distância. A bactéria pode cair na corrente sanguínea e infectar outros sítios. Isso é mais raro, mas pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos ou que tenham próteses em algum local do corpo.
As medidas mais recomendadas para lidar com uma espinha, além de não espremer, são: limpeza com sabonetes adequados ao seu tipo de pele, usar filtro solar adequado e tratamento recomendado por um dermatologista.
QUANDO SE PREOCUPAR COM UMA ESPINHA?
Quando ocorre infecção especialmente na face, deve-se sempre procurar ajuda médica. Se o local afetado começar a inchar, ficar dolorido, aumentar de volume ou observa-se saída de secreção, ele pode estar infectado. A febre nem sempre está presente, mas, se estiver, é indispensável procurar atendimento médico de urgência.
Dra. Lidia Machado, dermatologista da Clínica Juliana Piquet (RJ).