A ansiedade é uma reação natural inerente aos seres vivos, uma reação normal e temporária que causa efeitos desconfortáveis no corpo, preparando o organismo para lutar e/ou fugir; uma sinalização/dica de que algo que está por vir pode ser aversivo.
Os seres humanos interpretam e nomeiam esses sinais, descrevendo-os como ansiedade, uma emoção que é somada a outras: medo, alegria, inveja, ciúme etc. Os sintomas de ansiedade são: taquicardia, tremor, falta de ar, tensão muscular, boca seca (sinais semelhantes à crise de pânico, mas menos intensos).
Crianças podem sentir ansiedade, assim como qualquer pessoa e ser vivo. A grande questão da ansiedade é a frequência, a intensidade e a cronificação dela, tornando, de fato, a vida mais difícil.
Quando uma criança, por conta da ansiedade, não consegue lidar, não consegue socializar, não consegue fazer as coisas que ela gosta, de fato, isso pode ser um problema. Essas crianças não são responsáveis por lidar com a ansiedade, na verdade, a rede de suporte é a responsável, ou seja, os pais precisam ensinar essa criança a se entender, a se reconhecer e a regular suas emoções.
Pensando em crianças até os 5-6 anos, não é esperado que elas saibam que estão sentindo ansiedade, raiva ou frustração. Tudo isso é ensinado pelos pais e pela rede de suporte envolvida (escolas, professores e afins). Só falar que a escola ensina conteúdo é errado.
Falando sobre regulação emocional, é preciso ensinar à criança sobre as reações que a ansiedade pode causar em seu corpo, mostrando que elas existem e que são normais, e ensinar a nomear o que está sentindo. A referência e o modelo dos pais são importantes. Ou seja, é fundamental os pais estarem de olho no comportamento da criança.
Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT