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Como diferenciar a busca pelo bem-estar da positividade tóxica?

Por RICARDO MASSOLA 
Atualizado em 21 out 2024, 22h28 - Publicado em 6 mar 2022, 11h22
Mulher feliz relaxando na praia
 (Merlas/BOA FORMA)
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Em meio ao bombardeio de incentivos para se atingir o bem-estar, muito presentes nas redes sociais e nas mídias, dicas de wellness acabam se tornando cobranças, e o resultado é que muitas pessoas passam a realizar atividades apenas por se sentirem pressionadas socialmente, e não porque realmente querem. A isso os especialistas dão o nome de felicidade tóxica. Há um excesso de positividade na sociedade contemporânea que cobra de todos um desempenho exemplar. Cada vez mais se fala no imperativo: “Faça, seja, aja!” e Isso tem gerado um esgotamento típico dos sofrimentos psíquicos, como a depressão

A melhor maneira de escaparmos da felicidade tóxica é o autoconhecimento e auto aceitação. Fazer terapia, meditar, conhecer melhor seus princípios e valores são ferramentas para enfrentar uma sociedade que cada vez mais adoece seus indivíduos. Além disso, vale a pena entender de maneira crítica as postagens nas redes sociais, além de limitar seu tempo e horários de acesso. Conhecer a si mesmo, suas qualidades e seu propósito são fundamentais para entender quais são as influências externas que te fazem sentir a culpa. 

O bem-estar não está ligado a ideias de produtividade e consumo, pelo contrário. Ele é uma combinação entre sentir-se bem emocionalmente e o bom funcionamento do corpo. É ter a experiência de emoções de maneira habitual, com a oportunidade de desenvolver seu potencial, tendo um senso de propósito e experimentando relações positivas. É ter a autopercepção de suas habilidades e saber como lidar com os agentes estressores habituais do dia a dia. 

Neurose ocupacionista 

A positividade tóxica está diretamente ligada com a mentalidade capitalista de produtividade, e, em meio ao home-office, essa relação se agravou. Quando fomos para casa, na pandemia, nós levamos o sistema de produção e resultados do trabalho. Ficamos em uma neurose ocupacionista: estamos sempre com a sensação de que podemos ter mais, ser mais, e criamos uma demanda contínua de atividades, sem nos dar uma folga. O

segredo para sair desta neurose é aprender a ouvir o próprio corpo e emoções, e respeitar os próprios limites e horários estabelecidos. 

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Respondido por:

RICARDO MASSOLA. Fisioterapeuta pela PUC-Campinas, Massola é pós-graduado em gestão de qualidade de vida no trabalho/empresa, bem-estar e ergonomia pela Unicamp e mestre em qualidade de vida, saúde coletiva e atividade física pela mesma universidade. Também é especialista em fatores humanos pela Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA) e professor convidado da Unicamp e de outras intuições de ensino. 

Ricardo é CEO da PhD, empresa internacional de gestão em ergonomia que fornece serviços de saúde corporativa. Além de atuar como consultor e palestrante nas áreas de saúde e qualidade de vida.

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