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Varizes: intervenções tradicionais e alternativas

Cerca de 40 milhões de brasileiros apresentam esse problema em algum grau, sobretudo as mulheres — inclusive jovens que ainda nem completaram 20 anos

Por Cristina Nabuco (colaboradora)
Atualizado em 21 out 2024, 19h19 - Publicado em 8 out 2015, 11h39

Elas podem indicar insuficiência venosa crônica, a dificuldade de mandar o sangue de volta ao coração. A estimativa é de que 40 milhões de brasileiros apresentem esse problema em algum grau, sobretudo as mulheres, na proporção de cinco para cada homem, inclusive jovens que ainda nem completaram 20 anos. A culpa é do mau funcionamento das válvulas existentes nas veias – geralmente porque a parede dos vasos está frágil, o que faz com que o sangue fique acumulado nas pernas. Sensação de peso, dores, formigamentos e inchaços reforçam a suspeita e justificam a consulta a um médico vascular. “A pessoa às vezes acorda no meio da noite com cãibras”, acrescenta Eduardo Fávero. A pele do tornozelo e da canela pode ficar escura e endurecida e, nos casos mais extremos, sujeita a feridas.

Dois fatores que influenciam na formação de vasinhos estão associados ao aparecimento de varizes: o histórico da família e os hormônios femininos, que diminuem o tônus da parede das veias (principalmente durante a gravidez). Como não dá para escolher a herança familiar nem se safar da ação dos hormônios, a saída é controlar outros fatores que agravam e desencadeiam o problema. Evite passar horas na mesma posição, de pé ou sentada, sem mexer as pernas. O excesso de peso também não é bem-vindo. “Das pernas ao coração, o sangue tem que subir uma ladeira. Se existirem obstáculos nesse percurso (gordura acumulada no abdômen ou muitas fezes retidas no intestino), cresce a pressão sobre os vasos, que tendem a ficar dilatados”, esclarece o angiologista. Ah, e se você não dispensa o salto alto, alongue a panturrilha diariamente a fim de manter os músculos condicionados e facilitar a circulação.

Os diferentes tratamentos (tradicionais e alternativos) para tirar as varizes de cena:

Cirurgia e laser
As finas respondem melhor à escleroterapia. Já acima de 3 milímetros de diâmetro, a cirurgia passa a ser indicada – a veia doente é retirada através de dois cortes mínimos na perna e o sangue encontra um trajeto alternativo para chegar ao coração. O laser e a radiofrequência são dois substitutos do bisturi. Introduzidos com um cateter por meio de um pequeno furo, ambos queimam a veia de dentro para fora e dois dias depois você fica liberada para caminhar normalmente. Na cirurgia convencional, recomenda-se repouso por, pelo menos, uma semana. Os aparelhos não podem ser usados em veias muito tortuosas, custam mais caro e não são cobertos pelos planos de saúde, que autorizam apenas a cirurgia tradicional.

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Espuma e fitoterápicos
Uma alternativa à cirurgia é o polidocanol, uma espuma injetada para vedar a área. Mas seu uso provoca divergências. “Prefiro um resultado mais lento a correr o risco de injetar, com essa substância, ar na veia, o que oferece o risco de complicações para o pulmão, o coração e o cérebro”, diz o cirurgião vascular Paulo Kauffman, de São Paulo. Para quem não pode ou não quer operar, os medicamentos flebotônicos (rutina, quercetina, cumarina) e os fitoterápicos (castanhada-índia e centella asiática) aliviam o inchaço e a sensação de peso, mas não resolve a parte estética.

Vem novidade aí 
A mais nova solução contra as varizes dispensa cortes, aplicação de laser e ondas de rádio. Trata-se de um tipo de adesivo com um líquido à base de n-butil-2-cianoacrilato, que, ao ser injetado por meio de cateter, se solidifica dentro da veia doente. Aprovado em fevereiro pelo FDA, órgão que controla medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, o método se mostrou seguro e eficaz nos estudos com 200 pacientes apresentados pelo fabricante. Ainda não há previsão da sua chegada ao Brasil.

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