Colágeno é tudo igual? Conheça os diferentes tipos e funções
Os colágenos mais comuns no corpo humano são os tipos I, II e III e cada um atua em um lugar específico do corpo
Seja nas redes sociais, seja nos consultórios de dermatologia, você com certeza já ouviu falar sobre o colágeno. Essa substância quase misteriosa tem um papel importantíssimo na firmeza da nossa pele – e é em parte responsável pela flacidez, já que para de ser produzida pelo corpo com o tempo.
Existem muitas polêmicas sobre o consumo de colágeno – a começar pelas discussões sobre ele ser ou não de fato efetivo -, porém, conversamos com a Dra. Andrea Dario Frias, coordenadora do Centro de Pesquisas Sanavita e PhD em nutrição, para entender melhor sobre essa substância, seus tipos e, principalmente, sua efetividade.
O QUE É COLÁGENO?
“O colágeno é uma proteína naturalmente produzida pelo nosso corpo e sua função principal é dar sustentação a tecidos como a pele, ossos, cartilagens, ligamentos e tendões”, explica ela. “Essa proteína é tão abundante que representa aproximadamente 25 – 30% de toda proteína do corpo humano.”
E, não, não existe apenas um tipo de colágeno no corpo humano. Na verdade, segundo a especialista, existem 29 tipos diferentes dessa substância. Os mais encontrados no corpo, porém, são os tipos I, II e III – e o I é o mais comum.
“Na pele, por exemplo, os tipos I e III, estão presentes em maior quantidade, enquanto o colágeno tipo II é especialmente encontrado nas cartilagens. Ossos, ligamentos e tendões apresentam maior quantidade do colágeno tipo I”, explica.
É POSSÍVEL REPOR – OU MANTER – O COLÁGENO?
Apesar das polêmicas em torno do assunto, é possível, sim, repor o colágeno. De acordo com a Dra. Andrea, estudos mostram que a suplementação de colágeno hidrolisado, também conhecido como peptídeos de colágeno, estimula a produção dos diferentes tipos de colágeno no corpo, seja na pele, ossos, cartilagem, ligamentos ou tendões. Por isso, a reposição de colágeno via suplementação tem sido altamente recomendada por especialistas para a manutenção da saúde, beleza e mobilidade.
Como dito anteriormente, a produção de colágeno é naturalmente reduzida no corpo como parte do processo natural de envelhecimento. Nesse, caso, a suplementação é bastante indicada, mas alguns fatores podem acelerar a perda de colágeno, mesmo pessoas mais jovens – por isso, manter bons hábitos de vida são importantes. A Dra. Andrea indica os seguintes:
- Manter uma alimentação balanceada em proteínas e rica em antioxidantes, especialmente vitamina C.
- Moderar o consumo de carboidratos simples (como açúcares e farinha de trigo branca, que, em excesso, degrada o colágeno.
- Evitar o cigarro.
- Evitar a exposição ao sol sem proteção solar.
- Ter boas noites de sono.
- Praticar atividades físicas de forma regular.
“Uma boa estratégia é também criar um ‘banco de colágeno'”, explica. “O termo se refere a uma reserva, um estoque dessa proteína que é feito de forma preventiva e precoce (a partir dos 25 anos), para evitar que o colágeno corporal seja rapidamente perdido com o avanço da idade. A construção desse banco pode associar diversos tratamentos com tecnologias e produtos que intensificam a produção de colágeno, entre eles, a suplementação oral, que deve ser feita de forma contínua.”
HÁBITOS DE VIDA X PRODUÇÃO DE COLÁGENO
A produção de colágeno é naturalmente reduzida com o envelhecimento. Estima-se que, aos 30 anos, essa perda pode chegar a 1% ao ano. Nas mulheres, o ápice dessa perda acontece com a menopausa, quando o corpo passa a produzir apenas 35% do colágeno necessário para a manutenção dos tecidos.
“Contudo, o estilo de vida é um fator determinante que pode contribuir para acelerar o processo, favorecendo o surgimento de sinais de envelhecimento na pele (rugas, flacidez, linhas de expressão) e fragilidade articular e óssea, comprometendo a saúde da pele, mobilidade e qualidade de vida”, explica a Dra. Andrea.
Por exemplo, pessoas que se expõem aos raios solares sem uso de proteção adequada, fumam, dormem mal, vivem estressadas e não se alimentam bem, favorecem processos inflamatórios e oxidativos, que danificam severamente as fibras de colágeno existentes e prejudicam a formação de novas.
Já pessoas com sobrepeso ou praticantes de atividade física de alto impacto, também estão mais suscetíveis, uma vez que a sobrecarga aplicada ao tecido articular também é um fator que prejudica e interfere na produção de colágeno.
TIPOS E SUPLEMENTOS DE COLÁGENO: COMO ESCOLHER?
Outro ponto importante nesse assunto é escolher qual o suplemento de colágeno mais adequado para o seu caso. Essa escolha vai depender dos objetivos e da necessidade de cada paciente – por isso, contar com a orientação de um dermatologista ou nutricionista é essencial.
O colágeno hidrolisado, também chamado peptídeos de colágeno, é um suplemento que pode ajudar na reposição dessa proteína em diversos tecidos do corpo, entre eles pele, ossos, cartilagem, ligamento e tendões, auxiliando na produção dos colágenos tipo I e III.
“Quando ingerido e absorvido, ele vai atuar onde o seu corpo mais precisa, sendo indicado especialmente para quem pensa em prevenção e cuidado por completo”, diz. “Para isso, é recomendado o consumo diário entre 8-10g. Uma marca bastante conhecida no mercado deste tipo de suplemento é o Peptan®.”
O colágeno conhecido como Verisol® é um tipo especial de colágeno hidrolisado, com ação específica para a pele, não atuando em outros tecidos do corpo. Os estudos com este tipo de colágeno mostram benefícios sobre a firmeza e elasticidade da pele com apenas 2,5g ao dia e a própria Anvisa permite uma alegação para ele para a saúde da pele.
“Ele é referenciado como um peptídeo bioativo de colágeno e favorece a produção de colágeno tipo I e III na pele”, complementa a Dra. Andrea.
O colágeno tipo II é um completamente diferente dos citados anteriormente. Ele é um colágeno específico, que não é obtido por hidrólise, por isso, é comum observar na embalagem desse tipo de produto os termos “não hidrolisado” ou “não desnaturado”.
“Ele age apenas sobre as nossas cartilagens, e é ideal para quem sofre com dores, rigidez articular e/ou desgaste nas articulações. Os seus benefícios são sentidos com apenas 40 mg diárias”, indica. “Independente do suplemento, o colágeno deve ser utilizado de forma contínua, para que a produção seja sempre estimulada. A suspensão do uso pode interromper os benefícios.”