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Silicone: tire todas as suas dúvidas

Como qualquer outra cirurgia, ela exige cuidados. Então, o ideal é saber o quanto mais antes de colocar a prótese

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 out 2024, 19h18 - Publicado em 25 jul 2014, 22h00
Stephanie Celentano - Edição: MdeMulher
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Como escolher a prótese certa para mim? É um processo complexo, pois existem modelos com diferentes opções de volume, projeção e formato. Portanto, é importante envolver o médico na escolha. “O profissional deve levar em conta as medidas da paciente: altura, distância intermamária (largura da base da mama) e dimensões do tórax e do colo, além da condição do tecido mamário e da pele”, explica Daniel Francisco Mello, cirurgião plástico especializado em cirurgia estética reconstrutora, de São Paulo. A qualidade da prótese é outro ponto importantíssimo. Cheque a procedência e se é de uma marca aprovada pela FDA (agência que controla produtos médicos nos Estados Unidos). E nem pense em economizar nesse momento.

 

 

 

 
Qual é o caminho para optar por um bom cirurgião plástico?
Certifique-se de que ele é realmente experiente em cirurgia plástica. Se for membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, melhor ainda. Para obter essas informações, você pode consultar o site da sociedade (www.cirurgiaplastica.org.br). Outro termômetro é conversar com quem já fez a operação com o mesmo profissional. Se, ainda assim, não houver uma relação de confiança, procure outro profissional.
 
A prótese impede a mulher de amamentar?
Não. Desde o surgimento da cirurgia de aumento dos seios, há 50 anos, a melhora na qualidade da prótese tem sido constante. Os procedimentos cirúrgicos também evoluíram bastante. “Antes, quando o silicone era colocado sobre o músculo, a mulher não podia mais amamentar. Mas hoje ele pode ser inserido abaixo do tecido glandular, o que evita alterar a conformação anatômica dos ductos (canais por onde o leite é conduzido até o bico do seio) ou comprimir demais a glândula mamária”, explica Alexandre Barbosa, cirurgião plástico de São Paulo. Essa mudança permite que a mulher coloque a prótese antes de engravidar e, depois de ter filho, amamente normalmente.
 
O silicone pode atrapalhar o diagnóstico de câncer de mama?
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Uma revisão de estudos da Universidade de Quebec, no Canadá, publicada recentemente no periódico britânico British Medical Journal, revelou que as mulheres com prótese têm 26% mais risco de ter a doença diagnosticada apenas em estágio mais avançado do que aquelas que não têm os implantes. Mas os especialistas acham necessários novos estudos para que se possa chegar a uma conclusão. Em contrapartida, ficou comprovado que o silicone pode facilitar a detecção manual dos tumores, pois fornece uma superfície contra a qual o nódulo se apoia. Outro dado animador: a prótese não provoca o câncer de mama.
 
Que outro tipo de complicação a prótese pode acarretar?
A principal delas é a contratura capsular, que não depende do médico nem do método. O organismo forma uma membrana fibrosa, chamada de cápsula, ao redor da prótese – esse é um processo normal de defesa. No primeiro ano pós-cirurgia, o tecido em volta do silicone tende a se contrair e, dependendo da intensidade com que isso acontece, o seio pode ficar duro (perde a aparência natural) e dolorido. 
 
Em casos graves, podem ser necessárias a remoção do tecido e a susbtituição da prótese. Mas esse risco caiu muito com a evolução das próteses (a superfície lisa foi substituída pelo silicone texturizado). O avanço das técnicas cirúrgicas, o uso de medicamentos específicos e a orientação de usar sutiã de contenção por até dois meses depois da cirurgia também contribuíram para a redução do problema. “As complicações relacionadas diretamente à cirurgia, como assimetria e alteração da cicatriz, também são pequenas: ocorrem em menos de 5% dos casos”, complementa Daniel Francisco Mello.
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Que anestesia é usada nessa cirurgia?
Existem três possibilidades: anestesia local com sedação, peridual com sedação ou geral. A mais usada é a local com sedação, que evita náuseas, vômito e tontura. Mas a escolha também depende da experiência do profissional.
 
É possível evitar que a cirurgia deixe cicatriz?
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Não tem como. Mas você e o seu médico podem conversar e decidir o local da incisão. Há três possibilidades: na base do seio (inframamária), no bico (periareolar) ou embaixo do braço (via axilar). A primeira é a mais comum, mas depende da idade, do tipo de pele e da capacidade de cicatrização da paciente. Já a segunda, apesar de ficar quase invisível, não pode ser feita em mulheres que têm a areóla muito pequena, com menos de 2,5 centímetros de diâmetro. A terceira é uma técnica mais complexa e, por isso, costuma ser usada em menos de 5% das pacientes.
 
A cirurgia é demorada?
Depende de cada caso. Mas, normalmente, a intervenção não ultrapassa três horas. Já a internação pode variar de 12 a 24 horas.
 
O pós-operatório costuma ser dolorido?
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Desde o primeiro dia, as dores são controladas com analgésicos, mas essa reação depende de diversos fatores – um deles é a técnica usada. A colocação da prótese atrás do músculo é a mais invasiva e, portanto, a que oferece um pós-operatório mais dolorido. Porém garante um resultado natural.
 
E a recuperação: é tranquila?
Geralmente, sim. Mas demora no mínimo uma semana, quando a paciente pode ser liberada para voltar ao trabalho. Mas nem pense em carregar peso (inclusive a bolsa) antes de 60 dias. “Em três meses, mais de 80% das mulheres estão totalmente recuperadas. O ideal é esperar até seis meses para a retomada de todas as atividades – inclusive malhar com peso”, diz Alexandre Barbosa.
 
Depois de quanto tempo a prótese deve ser substituída?
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Não há regra nem prazo de validade fixos. Uma prótese de boa qualidade pode ser mantida por mais de 15 anos. “O risco de ruptura (problema que exige a troca do implante) diminuiu muito com a melhora da qualidade das próteses”, explica Daniel Mello. Mas a decisão de substituí-la deve ser baseada na conduta médica e nos exames clínicos e de imagem (eles mostram possíveis sinais de desgaste), que devem ser feitos periodicamente.
 
De acordo com o protocolo americano, além dos exames tradicionais, como ultrassom, após cinco anos é necessária a realização de uma ressonância magnética, que precisa ser repetida com dez anos e, depois, a cada três.
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