De todos os termos que ouvimos falar quando o assunto é cabelo, “hidrofobia capilar” não parece um dos mais amigáveis, certo? E não é mesmo. Essa é uma condição que não acontece por questões de saúde, internas do organismo, mas por fatores externos: de forma simples, é o excesso de produtos acumulados no couro cabeludo.
Segundo o hairstylist Luigi Moretto, a hidrofobia capilar acontece quando o cabelo perde a capacidade de absorver água (ou seja, se manter hidratado!) por conta do excesso de produtos nos fios e no couro cabeludo.
“O cabelo fica sem brilho, pesado, com uma textura engordurada, sem movimento… em alguns casos, até com casquinhas brancas!”, explica ele à Boa Forma.
E os efeitos não são “só” esses. Os danos podem se tornar bastante profundos gerando até mesmo a quebra dos fios. Como eles são compostos, na maior parte, por água, o primeiro processo pelo qual o cabelo passa nos casos de hidrofobia é a desidratação – ou seja, a falta de água.
“Se o fio tem muito acúmulo de resíduos, ele faz um processo de ‘capa’ não permitindo que a água penetre”, continua o profissional. “Com isso, o fio vai ficando cada vez mais fraco, perdendo nutrição, e, a longo prazo, sofrendo um dano bem severo.”
Ao contrário do que você pode pensar, a hidrofobia não acontece apenas porque uma pessoa não lava o cabelo. Muitas vezes, a lavagem até acontece, mas não é feita da forma correta, colaborando para o acúmulo dos produtos.
Fora isso, há também a questão dos próprios produtos. Muitas vezes, usamos no cabelo cremes e outras substâncias que têm petroderivados na composição (químicos como parafina líquida, silicones, petrolatos e fragrância sintéticas), que, apesar de desenvolverem funções específicas nos fios, também podem se tornar agressivos para o cabelo quando usados em grande quantidade.
COMO TRATAR A HIDROFOBIA CAPILAR?
Por mais que essa condição possa gerar danos significativos ao cabelo, ela tem tratamento e pode ser revertida. O primeiro passo, segundo o hairstylist, é lavar bem os fios com a ajuda de um shampoo anti-resíduos (ou shampoo detox).
A partir daí, o ponto mais importante é investir em uma boa rotina de cuidados com os cabelos que, principalmente, passe longe dos exageros.
“A quantidade de produto que você utiliza faz toda a diferença”, diz. “Para finalizadores, é sempre pouco e com o cabelo úmido para uma melhor absorção dos fios, e nunca ficar sobrepondo produtos.”
Para ele, essa rotina correta também conta com, pelo menos, 2 ou 3 lavagens por semana, dependendo do tipo de cabelo, e uso de máscaras para manter a hidratação.
“Uma dica importantíssima que muitos não falam é sempre utilizar condicionador nas pontas após enxaguar a máscara de tratamento, então, a sequência correta é shampoo, máscara e condicionador – e, claro, um bom finalizador para fechar com chave de ouro”, explica.
Nesse caso, o truque é, justamente, enxaguar bem a máscara de hidratação para evitar que o produto acumule nos fios. De quebra, vale também criar o hábito de ler os rótulos dos produtos que você usa para, se possível, evitar os petroderivados.