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Será que todos estamos sofrendo de descontentamento normativo?

O termo diz respeito a um estado constante de descontentamento com o próprio corpo

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 21 out 2024, 16h36 - Publicado em 15 jul 2022, 08h00
descontentamento normativo
 (Andrea Piacquadio / Pexels/Divulgação)
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Ao olhar no espelho, tudo o que você consegue ver são as falhas do seu corpo – uma gordurinha que está no lugar errado, uma mancha que você não gostaria de ter, um corte de cabelo que não é o ideal… Esse tipo de visão de si mesma é tão comum que até ganhou um nome: descontentamento normativo. 

“A busca pelo corpo perfeito está cada dia mais presente em nossa realidade”, explica a terapeuta Madalena Feliciano. “Mídias, internet, padrões de beleza, são impostos diariamente; sequer percebemos a enxurrada de propagandas, corpos perfeitos, magros, malhados, definidos, rostos jovens, e estilo de vida invejável.”

Diante de tudo isso, o resultado é que somos incentivados a buscar por um padrão muitas vezes inatingível – e a frustração é quase inevitável. Afinal, com o dia a dia fica fácil perceber que não vamos conseguir alcançar aquele padrão que vemos pelas telas do celular.  

“Esta busca desenfreada por esses padrões certamente pode causar grandes danos, tanto à saúde física quanto mental”, continua.

DESCONTENTAMENTO NORMATIVO: QUAL É O PROBLEMA? 

O que costuma, de fato, gerar um problema é quando essa busca por um padrão inatingível se transforma em uma obsessão. Dietas restritivas, exercícios físicos contantes e em excesso, cirurgias plásticas a qualquer custo, uso frequente de filtros em fotos… tudo isso gera um nível de preocupação tão grande que tira o nosso foco da vida que, de fato, estamos vivendo. 

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“Uma dieta saudável e atividade física moderada são fundamentais para nosso bem-estar e saúde, mas jamais nos tornarmos escravos da beleza“, continua a terapeuta. “Em vários casos, nos deparamos com transtornos alimentares, quadros de ansiedade, depressão e até mesmo riscos cirúrgicos desnecessários. É fundamental viver o que de fato é importante, respeitar nossos limites, ser feliz em cada fase, entender suas belezas e aceitar o que há de melhor em nós.”

Nos casos em que essa preocupação passa do normal e atinge os níveis obsessivos, buscar ajuda profissional é a melhor saída. De psiquiatras a terapias individuais ou em grupo (inclusive online!) é possível encontrar um formato que melhor se encaixe nas necessidades do paciente. 

“E, claro, cuidar da autoestima, fazer o que gosta, ficar próximo a pessoas que podem fazer a diferença e principalmente aceitar que cada ser humano é único em suas características e beleza”, explica. 

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