Se os seus pelos formam uma discreta e suave penugem loira, harmoniosamente distribuída pelo seu corpo, a depilação a laser, definitivamente, não é prioridade na sua vida. Mas, se você faz parte da legião de mulheres que sofre com uma massa de fios escuros, grossos, rebeldes, espalhados pelo corpo todo, o método pode ser libertador.
Sim, porque, depois de algumas sessões, praticamente 100% dos pelos terão desaparecido. Além disso, já na segunda aplicação, eles estarão mais claros e finos. Outra boa notícia é que o laser está democrático: novas máquinas permitem que peles negras, morenas e bronzeadas também sejam depiladas. BOA FORMA ouviu especialistas na área que contaram todos os segredos da técnica.
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Como o laser funciona?
Ele elimina o pelo porque a sua energia, em forma de luz, é atraída e captada pela melanina, pigmento presente na haste do fio e responsável pela sua coloração. Essa energia térmica destrói ou retarda a capacidade de o folículo produzir um novo fio. Os pelos que não são eliminados na hora crescem lentamente, mais claros e finos. “Quanto mais escuro o pelo, melhor ou resultado com o laser”, explica a dermatologista Claudia Marçal, de Campinas (SP).
A aplicação dói?
Depende. Se você aguenta firme a cera, não vai sofrer tanto assim com o laser. Mas saiba que há, sim, um desconforto em cada disparo. “A sensação de ardência varia conforme a sensibilidade de cada mulher, a área que está sendo depilada, o nível de stress e até o período do ciclo menstrual”, explica a especialista em laser Alessandra Passos, da Clínica Dicorp, em São Paulo (SP). “Quanto mais fina e sensível for a pele, maior é a sensação de desconforto”, complementa a dermatologista Claudia Marçal. O uso de anestésicos locais, como o Emla e o Anestop, tornam as sessões menos doloridas – principalmente em áreas mais sensíveis, como o buço, ou em sessões longas.
Como fica a pele após a primeira sessão?
O local fica quente e vermelho. “O incômodo dura de duas a quatro horas em média e, posteriormente, algumas áreas podem escurecer um pouco e formar crostinhas, que desaparecem em questão de dias”, diz o cirurgião dermatológico, especialista em laser, João Carlos Pereira, de São José do Rio Preto (SP).
Para quais áreas o laser é mais indicado?
“Todas as áreas do corpo respondem bem a ele”, diz o cirurgião plástico Marcelo Mariano, de Brasília (DF).
Qual o número mínimo de sessões? Por quê?
Segundo a Sociedade Brasileira de Laser, o tratamento dura seis sessões, em média. A cada aplicação, muitos dos folículos pilosos são destruídos, não produzindo mais pelos, enquanto outros são danificados, permitindo que os fios voltem a nascer. A cada sessão adicional, os sobreviventes vão diminuindo e, depois de quatro a seis aplicações, restarão apenas alguns pelos na área tratada.
Se eu tiver poucos pelos, posso eliminá-los em uma só sessão?
Não. O pelo só é destruído durante a fase de crescimento. Mesmo em uma área com poucos fios, parte estará crescendo, parte em repouso. As sessões são realizadas em média a cada 30 dias para que possam atingir os pelos nas duas fases. “Após a primeira aplicação, os resultados já são visíveis e, ao final de seis aplicações, quase todos os pelos são eliminados”, explica o cirurgião dermatológico João Carlos Pereira.
Que cuidados devo ter antes e depois da sessão?
“O ideal é ficar pelo menos três semanas sem tomar sol antes de começar o tratamento”, conta o dermatologista Erasmo Tokarski, de Brasília (DF). Depois de cada sessão, é comum a aplicação de um gel calmante ainda na clínica. Evite calor ou transpiração intensos e sol no local. No caso de ardência ou queimação, faça compressas geladas por 30 minutos.
Há algum perigo no uso do laser?
Sim. Se a intensidade do aparelho não for bem calculada, podem ocorrer queimaduras de segundo grau, formação de bolhas em alguns pontos ou ainda o escurecimento temporário da região afetada. “Por isso mesmo, o ideal é que a primeira sessão seja bem leve, numa baixa graduação do aparelho. Assim, o profissional pode avaliar a pele”, destaca a dermatologista Alessandra Passos. Dependendo do tipo de laser utilizado, se você tomar sol diretamente na área depilada nos primeiros dias após a sessão, corre o risco de manchar.
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As negras correm mais risco de ter manchas?
Depende. Apesar de o laser ser atraído pela cor e de as negras possuírem maior quantidade de melanina (substância que dá o tom à pele), os aparelhos modernos, apresentam um mecanismo de regulagem do comprimento e da intensidade da luz. Isso permite que mulheres de pele morena ou negra possam fazer a depilação sem o risco de manchar.
Como vou saber qual é o melhor tipo de laser?
No Brasil, a maioria das clínicas trabalha com o Quantum e o Light Sheer, ambos de diodo, que podem ser usados em todos os tipos de pele. Mas existem ainda o laser de Alexandrite (das máquinas Apogee, GentleLaser), outro laser de diodo e a luz intensa pulsada. Só o médico especializado em laser sabe o que é melhor para você.
Laser é igual a luz pulsada intensa?
Não exatamente. O resultado e o princípio de destruição do pelo são os mesmos, mas a operação é diferente. A luz pulsada – diferentemente do laser – tem um comprimento de onda luminosa específico para reduzir o folículo de forma gradual. “Por ser mais suave, pode ser usada em peles morenas, negras e asiáticas, em qualquer coloração de pelo (loiro, castanho, ruivo ou preto) e no corpo todo”, explica a dermatologista Claudia Marçal. A grande desvantagem é que o tratamento com a luz pulsada é um pouco mais demorado: exige, em média, duas ou três sessões a mais do que o laser.
Se eu usar descolorante, o laser não funciona?
Há controvérsias. Alguns profissionais liberam o uso, já que a descoloração é apenas na parte externa do pelo. Outros afirmam que o descolorante prejudica a ação do laser. Na dúvida, é melhor manter o fio escuro antes de cada sessão.
A depilação é para sempre?
“Não. Nenhum laser proporciona depilação definitiva, já que alguns podem voltar a nascer após algum tempo. É necessária uma manutenção anual, para o pelo mais teimoso que possa surgir”, explica o dermatologista Cássio Villaça, professor assistente de dermatologia e cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (SP). Porém a associação da técnica certa com um bom profissional e um aparelho qualificado para o tipo de pele garante depilações duradouras.
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Como é a manutenção?
Depende do aparecimento de novos pelos no local. Imagine a pele como um campo semeado. Você pode retirar toda a plantação madura, mas nada impede que uma semente esquecida germine depois de alguns meses ou anos. Com o pelo acontece a mesma coisa. “Isso é possível porque existem folículos imaturos, que vão se desenvolver no futuro”, explica a cirurgiã plástica Cristina Camargo, de São Paulo (SP).
Durante o tratamento, posso me depilar?
A depilação com cera quente ou fria, pinça ou eletrólise deve ser evitada por entre quatro e seis semanas antes e durante o tratamento a laser. “O uso de lâminas e cremes depilatórios é permitido porque esses procedimentos preservam a estrutura do pelo, mantendo sua haste intacta no folículo”, explica a dermatologista Jozian Quental Mendes, de São Paulo (SP).
Posso tomar sol após a sessão?
Depende. Já existe um tipo de laser que permite o sol após a sessão. “Ele atravessa a epiderme sem marcá-la, agindo diretamente na raiz do pelo. Isso impede que a pele manche“, explica a dermatologista Alessandra Passos. “A desvantagem é que, por atuar em uma camada muito vascularizada, repleta de terminações nervosas, a sessão é mais dolorida que a do laser normal”, complementa.
Você sabia?
- As áreas próximas aos joelhos e aos tornozelos são mais sensíveis
- O laser evita o encravamento, muito comum nas virilhas
- As axilas podem ser depiladas com lâmina durante o tratamento
- Prepare-se: o buço é um dos locais mais doloridos
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