Demi Moore relevou ao jornal britânico The Guardian que já sofreu muito ao longo dos anos por conta da pressão estética e da busca por um “corpo ideal”.
A entrevista da atriz, de 61 anos, aconteceu às vésperas da estreia do filme A Substância. A obra, estrelada por ela, conta a história de uma celebridade demitida de um programa de TV por ser considerada velha demais.
Na vida real, as coisas não parecem tão diferentes. Demi Moore contou que chegou a se colocar sob “torturas”, como passar fome e realizar exercícios físicos por horas.
“É o que fiz comigo mesma, é ao que eu dei importância sobre mim, realmente é uma violência. Como nós podemos ser violentos com nós mesmos, o quão brutais”, afirmou.
E complementou. “Vivemos em uma época de grande julgamento. As pessoas podem julgar anonimamente umas as outras de maneiras muito cruéis. Sinto que esse julgamento é um reflexo da infelicidade de alguém, ou uma maneira de se valorizarem”. Apesar de ter ficado famosa antes do surgimento das redes sociais, a atriz explicou que sofre com a pressão estética há décadas, mas que a situação tornou-se pior após a internet – para todas as pessoas.
Redes sociais e risco de transtornos alimentares
Quando se trata de redes sociais e internet, não podemos esquecer que muitas pessoas, em especial atualmente, utilizam as plataformas como ferramenta para monetizar a sua própria imagem.
Por essa razão, uma parcela importante já fez ou faz uso de técnicas e táticas para alcançar o padrão de “perfeição” (desde edição de imagens até a realização de harmonização facial e cirurgias plásticas).
Isso pode desencadear em muita gente uma vontade imediatista de “fazer parte”, provocando um ciclo intenso de consumo de conteúdos como receitas milagrosas para alcançar o corpo perfeito, a expansão da ideia do quanto uma cirurgia plástica proporcionou sucesso e bem-estar.
Ou seja, o tipo de conteúdo que as pessoas consomem na internet tem uma relação direta com as disfunções do humor e podem, sim, despertar ou piorar condições preexistentes do indivíduo.
Ainda que a maior parte dos estudos sobre a relação entre as redes sociais e autoaceitação seja correlacional (ainda não é comprovado cientificamente que o Facebook faz com que alguém tenha sentimentos negativos sobre sua aparência ou que as pessoas que estão preocupadas com a aparência têm mais probabilidade de usar o Facebook), uma revisão sistemática de 20 artigos, publicados em 2016 na revista Body Image, apontou que atividades baseadas em fotos, como rolar a tela do Instagram ou postar fotos de si mesmo, quando acompanhadas de pensamentos negativos sobre o próprio corpo, são particularmente problemáticas.