Desde a escolha do cirurgião até os cuidados pré-operatórios, é preciso muita atenção antes de fazer uma cirurgia plástica.
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Regra #1 – Busque referências sobre o cirurgião
Além de referências de suas amigas e de outros médicos, vá atrás de informações sobre a formação do cirurgião. Ter o diploma em uma boa instituição é o começo de tudo. Outra medida importante é saber se o médico é especialista em cirurgia plástica. A legislação brasileira permite que, depois de concluir o curso regular de seis anos, o médico realize qualquer procedimento. “Ou seja, um médico que se formou ontem e não tem nenhuma expertise em cirurgia está legalmente habilitado a fazê-la”, conta o cirurgião plástico Ronaldo Golcman, chefe de equipe do Hospital Israelita Albert Einstein. Por isso, cheque se o profissional tem registro na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, única entidade no Brasil que pode certificar médicos na área, atestando que cumpriram dois anos de residência em cirurgia geral e mais três na plástica.
Regra #2 A saúde tem que estar em dia
Antes de encarar a mesa de cirurgia, você precisa passar com boas notas nos exames pedidos pelo médico e manter sob controle as doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Fumantes, por exemplo, demandam cuidados. “A nicotina prejudica a circulação de sangue nos tecidos, favorecendo a má cicatrização”, explica Marcelo Sampaio, cirurgião plástico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “É preciso deixar de fumar pelo menos três meses antes e dois meses depois da cirurgia.”
Regra #3 – Redobre a atenção com os remédios
Saber como os medicamentos de uso frequente interferem na cirurgia é fundamental. Aspirina, AAS e alguns anti-inflamatórios, por exemplo, alteram a coagulação do sangue. O cuidado vale também para os fitoterápicos “Alguns como ginkgo biloba, cáscara sagrada e pílulas de alho, que podem aumentar o sangramento e trazer riscos para a paciente”, diz Sampaio. Outra substância que entra na lista é a isotretinoína, substância derivada da vitamina A, por exemplo, é muito usada no tratamento da acne, e pode mudar a síntese de colágeno na pele e, assim, atrapalhar a cicatrização. Por fim, há os anticoncepcionais. “O problema das pílulas e da reposição hormonal é o aumento da possibilidade de trombose. Mas calma, nem sempre é preciso suspender o uso porque existem medidas eficazes para prevenir o problema, como o uso de anticoagulantes, meias elásticas e massageadores para as pernas”, explica Sampaio. Por isso, uma conversa sincera com seu médico é fundamental.
Regra #4 – Pergunte todos os detalhes ao médico
O lugar onde será feita a cirurgia também determina o nível de risco. Hospitais oferecem mais segurança do que clínicas. “É preciso ter, no mínimo, uma míni-UTI no local”, diz Fernando Almeida Prado, presidente da SBCP. Quem pretende aumentar os seios também precisa se informar sobre a marca da prótese. “Pesquise o site do fabricante, verifique se é certificado pela Anvisa, veja se ele atua no mercado europeu ou norte-americano, busque o histórico da empresa para checar se há bons antecedentes”, orienta Prado.
Regra #5 – Não vá com muita sede ao pote
Já que vamos operar, que tal fazer uma transformação completa, certo? Errado! Para manter a paciente desacordada por um longo período, é preciso aumentar a quantidade da substância anestésica – o que, claro, aumenta o risco. O tempo de cirurgia também não deve exceder a cinco horas de duração. Outro ponto contra é que, apesar de ser legalmente permitido tratar até 40% da superfície corporal e tirar até 7% do peso do paciente, quanto maiores a área ou a quantidade de gordura extraída no caso da lipoaspiração, maiores o risco de complicações. Há médicos que trabalham com metade desses limites, não ultrapassando 20 e 3,5%, respectivamente. “Os dois dias que sucedem a cirurgia são críticos. Por isso, é fundamental ter acesso fácil ao médico e disponibilidade para voltar ao consultório ou ao hospital se ele recomendar”, afirma Golcman.
Regra #6 – Respeite o pós-operatório
Seguir as orientações médicas depois da cirurgia é parte importante do processo. “As recomendações sobre repouso, atividade física, exposição ao sol, direção de veículos, alimentação e uso da medicação e de cintas cirúrgicas também são critérios de segurança”, diz Marcelo Sampaio, do Hospital Sírio Libanês. Deixar de fazer o que o médico recomenda abre portas para o surgimento de infecções, manchas, aderências, fibroses e problemas de cicatrização.