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Cirurgia plástica com segurança máxima

Confira como driblar os riscos que podem surgir para você não postergar o sonho dos seios turbinados ou da barriga lisinha

Por Marcia Kedouk (colaboradora)
Atualizado em 21 out 2024, 19h18 - Publicado em 25 jul 2014, 22h00
Mari Queiroz
Mari Queiroz (/)
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Fazer uma cirurgia plástica hoje é muito mais seguro do que foi décadas atrás. Os equipamentos são mais modernos, a anestesia oferece um risco menor de causar complicações, os médicos são mais bem preparados para qualquer eventualidade. Ainda assim, existem procedimentos e comportamentos perigosos.

“Imagine, por exemplo, que você vai atravessar uma avenida. Se estiver na faixa de pedestre, com o farol vermelho para os carros e atenção à sua volta, é difícil acontecer um atropelamento. Se escolhe passar pelo meio dos automóveis, com o sinal aberto, se expõe a diversos riscos”, diz Fernando Almeida Prado, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em São Paulo.

BOA FORMA conversou com alguns dos maiores especialistas na área para saber como driblar os obstáculos que podem surgir no caminho.

1. Manter a saúde em dia
Antes de encarar a mesa de cirurgia, você precisa passar com boas notas nos exames pedidos pelo médico e manter sob controle as doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Fumantes também demandam cuidados. “A nicotina prejudica a circulação de sangue nos tecidos, favorecendo a má cicatrização”, alerta Marcelo Sampaio, cirurgião plástico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “É preciso deixar de fumar pelo menos três meses antes e dois meses depois da cirurgia.”

2. Redobrar a atenção com os remédios
Saber como os medicamentos de uso frequente interferem na cirurgia é fundamental. “Existem fitoterápicos, como ginkgo biloba, cáscara sagrada e pílulas de alho, que podem aumentar o sangramento e trazer riscos para a paciente”, diz Sampaio. Como não precisam de receita médica para a compra, esses produtos passam a falsa ideia de que são inofensivos.

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Outro grupo importante é o das fórmulas de emagrecimento. A obesidade é um fator de risco para a cirurgia. Por isso, muita gente opta pelo uso desse tipo de medicamento para perder peso rápido e se adequar às normas de segurança pré-operatórias. Ainda na lista de comprimidos a serem evitados estão a aspirina, o AAS e alguns anti-inflamatórios, que alteram a coagulação do sangue. Já a isotretinoína, substância derivada da vitamina A e usada no tratamento da acne, pode mudar a síntese de colágeno na pele e, por isso, também atrapalha a cicatrização.

Por fim, há os anticoncepcionais. “O problema das pílulas e da reposição hormonal é o aumento da possibilidade de trombose. Mesmo assim, na maioria dos casos, não se deve suspender o uso porque existem medidas eficazes para prevenir o problema, como o uso de anticoagulantes, meias elásticas e massageadores para as pernas”, explica Sampaio.

3. Buscar referências sobre o cirurgião
Indicações de amigos e de outros médicos são sempre bem-vindas, mas não se restrinja a elas. Vale ir atrás de referências sobre a formação do cirurgião. Não quer dizer que apenas o diploma de uma boa instituição seja garantia de segurança máxima – mas é um dos fatores para ficar de olho. Outra medida importante é saber se o médico é especialista em cirurgia plástica.

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A legislação brasileira permite que, depois de concluir o curso regular de seis anos, o médico realize qualquer procedimento. “Ou seja, um médico que se formou ontem e não tem nenhuma expertise em cirurgia está legalmente habilitado a fazê-la”, conta o cirurgião plástico Ronaldo Golcman, chefe de equipe do Hospital Israelita Albert Einstein. “Não é raro encontrar anúncio de médicos que se dizem especialista em medicina estética. Cuidado, já que essa especialidade não existe!”, diz Golcman.

Por isso, é importante checar se o profissional tem registro na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, única entidade no Brasil que pode certificar médicos na área, atestando que cumpriram dois anos de residência em cirurgia geral e mais três na plástica.

4. Perguntar todos os detalhes
O lugar onde será feita a cirurgia também determina o nível de risco. Hospitais oferecem mais segurança do que clínicas. “É preciso ter, no mínimo, uma míni-UTI no local”, diz Fernando Almeida Prado, presidente da SBCP. Quem pretende aumentar os seios também precisa se informar sobre a marca da prótese. “Pesquise o site do fabricante, verifique se é certificado pela Anvisa, veja se ele atua no mercado europeu ou norte-americano, busque o histórico da empresa para checar se há bons antecedentes”, orienta Prado.

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5. Não ir com muita sede ao pote
Local, peridural, geral – todas as anestesias podem ocasionar problemas. “Mas hoje o choque anafilático é muito raro”, diz o cirurgião plástico Wilson Cintra Júnior, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. O problema é que, na ânsia da transformação, muitas mulheres acreditam que é uma boa “aproveitar” para realizar vários procedimentos de uma vez.

Para manter a paciente desacordada por um longo período, é preciso aumentar a quantidade da substância anestésica – o que, claro, aumenta o risco. O tempo de cirurgia também não deve exceder a cinco horas de duração. Outro ponto contra é que, apesar de ser legalmente permitido tratar até 40% da superfície corporal e tirar até 7% do peso do paciente, quanto maiores a área ou a quantidade de gordura extraída no caso da lipoaspiração, maiores o risco de complicações. Há médicos que trabalham com metade desses limites, não ultrapassando 20 e 3,5%, respectivamente. “Os dois dias que sucedem a cirurgia são críticos.

Por isso, é fundamental ter acesso fácil ao médico e disponibilidade para voltar ao consultório ou ao hospital se ele recomendar”, afirma Golcman. “Daí a importância de saber se o cirurgião que atende você no consultório é o mesmo que chefiará a equipe na operação”, recomenda Cintra Júnior. Ele saberá seu histórico e poderá tomar decisões mais acertadas – o que nem sempre acontece nos consórcios de cirurgias plásticas.

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6. Respeitar o pós-operatório
Seguir as orientações médicas depois da cirurgia é parte importante do processo. Parece óbvio, mas há muita gente que não faz a lição de casa direitinho. “As recomendações sobre repouso, atividade física, exposição ao sol, direção de veículos, alimentação e uso da medicação e de cintas cirúrgicas também são critérios de segurança”, diz Marcelo Sampaio, do Hospital Sírio Libanês.

Deixar de colocar em prática o que prescreve o médico pode abrir espaço para o surgimento de infecções, manchas, aderências, fibroses e problemas de cicatrização, o que, obviamente, vai interfeir no resultado do procedimento. E isso ninguém quer!

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