O que significa vagina com odor de peixe?
Aprenda a usar o odor como referencial para identificar quando existe algum problema
A saúde íntima das mulheres é um assunto delicado e muitas vezes rodeado por tabus e falta de informações adequadas. Um aspecto importante da saúde vaginal são os cheiros. Entre eles, a vagina com odor de peixe.
Mas antes de tudo, é vital estar ciente de que o odor vaginal é uma parte normal da anatomia e da fisiologia feminina. No entanto, em certas situações, um odor desagradável, como é o cheiro de peixe, pode ser um sinal de alerta para a saúde (comento os 4 principais tipos de odor vaginal aqui).
A seguir, vamos focar apenas no que pode significar vagina com cheiro de peixe.
Quando vagina tem cheiro de peixe?
Um dos odores mais notórios e preocupantes é o “cheiro de peixe”. Se estiver associado a corrimento acinzentado, este odor está geralmente se deve à vaginose bacteriana, uma condição que ocorre quando há um desequilíbrio nas bactérias que habitam a vagina.
A bactéria responsável por esse desequilíbrio é a Gardnerella vaginalis ou a Gardnerella mobiluncus. Quando essa bactéria se multiplica em excesso, ela produz substâncias químicas que têm esse odor forte que lembra peixe.
Esse problema é mais comum entre as mulheres, já que a bactéria já faz parte da microbiota feminina. No entanto, um homem que tem relação sexual com uma mulher infectada, sem uso de preservativo, também pode se contaminar.
Sintomas da vaginose bacteriana
Além do cheiro de peixe, a Gardnerella costuma causar outros sintomas, como um corrimento branco ou cinza e um possível desconforto vaginal.
Nas mulheres, também podem aparecer pequenas bolhas na vagina e haver dor durante o atrito íntimo sexual – seja na masturbação ou na penetração.
Homens com Gardnerella podem ter vermelhidão no prepúcio, glande ou uretra, dor ao urinar e coceira ou secreção amarelada no pênis.
No entanto, é importante observar que algumas pessoas podem não apresentar sintomas visíveis. Por isso, é, sim, importante estar atenta aos odores da vagina, pois são sinais importantes da nossa saúde.
Como tratar a vaginose bacteriana
A boa notícia é que a vaginose bacteriana pode ser tratada eficazmente com antibióticos orais ou pomada vaginais prescritos por um médico.
Além disso, a doença também pode ser tratada por meio de práticas de ginecologia natural.
Independentemente de qual caminho você escolher, é crucial procurar orientação de profissionais devidamente capacitados e confiáveis para tratar dos sintomas físicos. Afinal, o tratamento adequado é essencial para restaurar o equilíbrio vaginal e aliviar o odor desagradável.
Prevenção e cuidados
A prevenção da vaginose bacteriana inclui, além do tratamento emocional citado acima, práticas de higiene adequadas, como evitar duchas vaginais, que podem perturbar o equilíbrio bacteriano natural da vagina.
Além disso, usar preservativos durante a relação sexual pode ajudar a prevenir a disseminação de bactérias indesejadas.
Roberta Struzani
Terapeuta especializada em sexualidade e saúde ginecológica. Realiza atendimentos presenciais e online focados no autoconhecimento, na elevação da autoestima e na saúde do aparelho reprodutor feminino. Sua principal ferramenta de trabalho é o Pompoarismo.
fisioterapia.roberta@gmail.com