Estudo revela que IMC do pai afeta peso do bebê ao nascer; veja detalhes
Hábitos saudáveis não devem ser uma preocupação apenas das mulheres
Há anos, a ciência já sabe que o estilo de vida da gestante pode influenciar (de maneira positiva ou negativa) o peso do seu bebê ao nascer. Agora, um estudo brasileiro mostrou o papel paterno nessa questão: uma pesquisa realizada em 89 países apontou que, quanto maior o IMC (índice de massa corporal) do pai, menor era o recém-nascido.
O resultado indica uma possível relação entre o excesso de peso do homem e o baixo peso da criança – ainda que mais investigações a respeito do assunto precisem ser feitas. O artigo foi publicado no International Journal of Obesity.
“Nosso estudo foi o primeiro realizado com famílias brasileiras a mostrar que, quanto maior o IMC do pai, menor é o peso do bebê no nascimento”, destacou Mariana Rinaldi Carvalho, bolsista da FAPESP e coautora do artigo.
O peso do bebê no nascimento é considerado um marcador importante para a saúde não só na infância, mas em toda a vida adulta.
Além do maior risco de morte, diversos estudos já demonstraram que bebês que nascem com baixo (ou alto) peso podem vir a desenvolver doenças não transmissíveis ao longo da vida, como as cardiovasculares, diabetes do tipo 2 e alguns tipos de câncer.
Peso da mãe e tamanho da criança
Vários trabalhos científicos já demonstraram que o excesso de peso da mulher na gravidez traz complicações para a saúde do bebê durante os nove meses e ao longo da vida da criança – a imunidade, o coração e até o sistema cognitivo do pequeno estão sujeitos a ser afetados.
A situação pode ser preocupante mesmo quando a futura mamãe está obesa antes de engravidar ou nas primeiras semanas de gestação. O alerta é de um estudo publicado no periódico JAMA Pediatrics, liderado por cientistas do Hospital Mount Sinai em Toronto, no Canadá. De acordo com o artigo, o peso da mulher nessa fase influencia diretamente no crescimento do bebê dentro da barriga – e após o parto também.
“Normalmente, na gravidez, as pacientes se pesam a cada consulta”, comenta Ravi Retnakaran, líder da investigação, em entrevista à agência de notícias Reuters. “Mas, no passado, nunca ficou claro se o momento em que elas engordam importa”, observa.
Os achados mostram que, até a 18ª semana de gravidez, o número que aparece na balança quando a mamãe sobe nela está associado a quanto a criança vai crescer dentro da barriga até a hora do parto. Em média, para cada quilo conquistado pelas voluntárias nas primeiras 14 semanas, o peso dos bebês ao nascer aumentou 13,6 gramas. Entre a 14ª e a 18ª semanas, cada quilo adquirido pela mãe resultou em 26,1 gramas a mais para o pequeno lá na frente.
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