Veja que vinhos escolher para cada tipo de dieta
Confira os vinhos que não são “vilões” da sua dieta
Se você fez promessa para mudar a alimentação em 2022, mas não pretende abrir mão de uma taça de vinho de vez em quando, estas dicas são para você.
Andreia Berthault, especialista em vinhos e fundadora da escola virtual de vinhos Red Submarine, indica quais seriam os vinhos que menos interferem nas dietas do momento (cetogênica, vegana e mediterrânica), considerando as restrições alimentares de cada uma delas.
Vale ressaltar que qualquer dieta deve ser acompanhada por um especialista. Então, antes de aderir a um novo cardápio, busque ajuda de um profissional de confiança.
Dieta Cetogênica
A dieta cetogênica é uma dieta rica em gorduras, adequada em proteínas e pobre em carboidratos. Ela pode ser usada como tratamento médico para doenças ou para emagrecimento.
Nesse tipo de dieta, o consumo de açúcar é muito restrito. Até mesmo as frutas devem ser evitadas.
“Todos os vinhos têm açúcar residual (inclusive os vinhos secos). Como a dieta cetogênica restringe o consumo de açúcar, quanto menor for o teor de açúcar residual no vinho, menos ele impactaria a dieta” – diz a especialista em vinhos, que em seguida faz a ressalva – “Considerando que o consumo controlado de álcool seja aceitável no caso da pessoa que está fazendo a dieta, claro”.
De acordo com a legislação brasileira, os vinhos secos podem ter até 4 gramas de glicose (açúcar) residual, enquanto os espumantes nature ficam limitados a 3 gramas de glicose por litro. Como não consta do rótulo a quantidade exata de açúcar residual de cada vinho, de forma geral, o impacto dos espumantes nature seria menor para a dieta cetogênica.
Esses espumantes podem ser encontrados em supermercados e lojas especializadas. Existem ótimas opções de espumantes nature brasileiros a preços acessíveis, como aqueles produzidos pela Casa Valduga, Miolo e Casa Perini.
“Vale lembrar que a regra de rotulagem de vinhos varia de acordo com a legislação. Por exemplo, no caso dos vinhos secos, a legislação da União Europeia considera também a acidez do vinho. Assim, alguns vinhos que são considerados como secos na União Europeia, acabam sendo rotulados como meio secos aqui no Brasil. Já no caso dos espumantes nature, mesmo que as regras sejam iguais no Brasil e na União Europeia, elas podem ser diferentes em outros países. Para ter certeza como o vinho é classificado no Brasil, confira o que diz o contrarrótulo” – ensina a fundadora da escola de vinhos Red Submarine.
Veganismo
A definição de veganismo pela Vegan Society é “um modo de viver que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais – seja na alimentação, no vestuário ou em outras esferas do consumo”.
Ao contrário do que pode parecer, apesar do vinho ser um produto elaborado com uvas, ele não é – necessariamente – um produto vegano.
“Produtos de origem animal podem ser utilizados ao longo do processo de produção dos vinhos. Por exemplo, é comum que proteínas de origem animal (como claras de ovos, gelatina, caseína, dentre outras) sejam usadas com o objetivo de clarificar o vinho de forma a deixá-lo límpido e brilhante” – destaca a especialista.
Salvo raras exceções, em especial relacionadas com proteínas animais alergênicas, o produtor não é obrigado por lei a indicar a utilização de proteínas animais na produção do vinho. Porém, tendo em vista o crescimento dos adeptos do veganismo, alguns produtores optaram por produzir vinhos veganos e rotulá-los de acordo, utilizando as palavras “vegano”, “vegan” ou “vegan friendly”.
Adquirir esses rótulos veganos é a forma mais fácil e garantida de comprar um vinho sem utilização de processantes de origem animal. Porém, na ausência de indicação, também é possível questionar um sommelier sobre o assunto ou buscar mais informações junto ao produtor do vinho.
Vinhos veganos costumam ser mais facilmente encontrados em lojas especializadas do que em supermercados. Existem opções em diversas faixas de preço. Alguns exemplos são: Freinexet Pinot Grigio Garda DOC, Marqués de Cáceres Rioja Crianza e Luigi Bosca Malbec.
Dieta Mediterrânea
A dieta mediterrânea é um estilo de vida e de alimentação originado nos países que beiram o Mar Mediterrâneo.
Em resumo, esse estilo de vida, envolve:
- consumo elevado de água e de produtos frescos (pouco processados) – em especial peixes, cereais, frutas e leguminosas;
- consumo reduzido de lacticínios e carne vermelha;
- utilização do azeite como principal fonte de gordura; e
- prática frequente de atividades físicas
O grande diferencial dessa dieta para os enófilos de plantão é que seu cardápio inclui uma taça de vinho, por dia, para acompanhar a refeição principal.
Nesse caso, o vinho mais recomendado seria o vinho tinto seco.
Os vinhos tintos possuem maior concentração de polifenóis antioxidantes quando comparados com os brancos e rosés. Isso porque os vinhos tintos são elaborados na presença das cascas das uvas, de onde extraem essas substâncias. Esses polifenóis (em especial o resveratrol), por sua vez, possuem propriedades benéficas para saúde, por exemplo, auxílio no combate a inflamações diversas.
Já os vinhos tintos secos são preferíveis aos tintos doces, porque açúcar em excesso é fonte de diversos problemas de saúde no organismo, tais como diabetes, colesterol, etc.
“Mesmo que a dieta mediterrânea recomende o consumo moderado de vinho, sempre há que se tomar cuidado com a ingestão de álcool. A recomendação de uma taça de vinho tinto seco aplica-se apenas a pessoas que já possuem o hábito de consumir bebidas alcóolicas. Caso a pessoa seja abstêmia, para efeitos de saúde, a melhor opção é continuar assim, zero álcool” – alerta a especialista Andreia Berthault.