Dieta da proteína: veja como funciona
Especialistas explicam como essa estratégia nutricional pode contribuir para o emagrecimento
Famosa e até um pouco controversa, a dieta da proteína — também conhecida como dieta hiperproteica — restringe o consumo de carboidratos e, como o próprio nome já diz, eleva o consumo de alimentos com alto teor de proteínas em cada refeição feita ao longo do dia.
“As proteínas são compostos orgânicos formados por vários aminoácidos ligados entre si. Aminoácidos, por sua vez, são formados por hidrogênio, carbono, oxigênio e nitrogênio. Por isso pode-se dizer que é um dos nutrientes mais importantes para o nosso organismo”, explica a nutricionista Nathalia Chimelli.
Por conta dessa composição, esse composto orgânico possui função estrutural no nosso organismo (já que as células são compostas por esses átomos) e o consumo diário é essencial para a manutenção do corpo.
“Todos os processos biológicos dependem de diferentes proteínas e elas são importantes para a formação e contração dos músculos, compõem hormônios, anticorpos, proteínas do sangue etc”, explica o médico pós-graduado em nutrologia Dr. Pedro Andrade.
COMO FAZER A DIETA DA PROTEÍNA
Para entender as suas necessidades e garantir o equilíbrio entre os alimentos para que não faltem nutrientes nas refeições diárias, é essencial buscar o apoio de um nutricionista antes de iniciar a dieta da proteína.
“Em uma dieta normal, o consumo diário de proteína consiste em cerca de 0.8 a 1g de proteína por quilo de peso, ou seja, cerca de 12 à 15% da ingestão calórica do indivíduo. Já em uma dieta hiperproteica, é feita a ingestão acima de 20% das kcal ou acima de 1,2g de proteínas por quilo de peso”, conta Chimelli.
O cardápio dessa dieta pode incluir alimentos de origem animal e vegetal, como: carnes vermelhas, frango, peixes, leite, ovos, iogurte natural, feijão, grão de bico, ervilha, lentilha, soja, grãos como quinoa e chia, além do clássico whey protein.
O QUE EVITAR
- alimentos que apresentam aditivos químicos, como peito de peru embutido, presunto, salsicha, salaminhos etc;
- alimentos ricos em carboidratos, como pães em geral (mesmo que integral), massas, tubérculos, e arroz;
- principalmente carboidratos simples e refinados, como açúcares (mesmo que mascavo, demerara ou de coco);
- doces em geral;
- mel.
Dieta da proteína x Emagrecimento e Hipertrofia
Com o corte de carboidratos — importante macronutriente que atua como fonte de energia no corpo em forma de glicose — a dieta da proteína é muito procurada por contribuir no processo de emagrecimento. Além disso, os alimentos ricos neste composto orgânico estão diretamente relacionados com a hipertrofia dos músculos, além de auxiliar no aumento da saciedade.
“Como as proteínas possuem digestão mais lenta, elas acabam conferindo mais sensação de cheio, o que auxilia no emagrecimento. Além disso, quando você aumenta o volume de calorias consumidas através de proteínas, automaticamente as calorias vindas de carboidratos são reduzidas, o que diminui picos de produção de insulina e consequentemente auxilia na redução da formação de tecido adiposo (gordura corporal). Além do mais, as proteínas auxiliam na formação de músculos, o que aliado à uma prática constante de exercícios físicos, aumenta o gasto energético do indivíduo em repouso, e auxilia também na redução da gordura corporal”, explica Chimelli.
INDICAÇÃO
Com o apoio de um profissional da nutrição, a dieta da proteína pode ser indicada para as pessoas que estão em busca de um emagrecimento saudável, mas também pode auxiliar no tratamento da diabetes, síndrome do ovário policístico, hipotireoidismo entre outras, segundo Chimelli.
“Dietas com alta concentração proteica e baixíssima ingestão de carboidratos como a cetogênica, têm sido amplamente estudada em casos de epilepsia por exemplo”, compartilha a nutricionista.
CONTRAINDICAÇÃO
Atenção ao excesso de proteína ingerida diariamente, principalmente aos pacientes com insuficiência renal, com indicadores renais alterados e pessoas com hipercolesterolemia (colesterol alto). “O excesso de proteína de fonte animal prejudica a saúde intestinal, por favorecerem o crescimento de bactérias mais pró inflamatórias. Além disso, pode prejudicar ainda mais a função renal de pacientes com comprometimento presente”, disse Andrade.