Alimentação para controlar a pressão arterial: médico dá dicas importantes
Segundo o profissional, adotar uma dieta com escolhas inteligentes e uma abordagem equilibrada é o ideal para pessoas hipertensas
Pequenas mudanças na dieta podem fazer uma grande diferença na vida de quem tem hipertensão, uma vez que é possível ajustar a alimentação para controlar a pressão arterial.
De acordo com uma pesquisa publicada recentemente pela American Heart Association (AHA), até 2050 cerca de 61% dos adultos norte-americanos terão doenças cardiovasculares. No documento da associação norte-americana, os especialistas atribuem esse número ao aumento crescente de casos de hipertensão arterial, que eleva significativamente o risco de desenvolver problemas como ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.
No Brasil, a situação também preocupa. Segundo dados publicados no relatório “Estatística Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2023”, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 23,93% da população brasileira tem hipertensão.
Alimentação para controlar a pressão arterial
Os fatores de risco para a hipertensão incluem estilo de vida pouco saudável, como uma dieta rica em sódio e pobre em frutas e vegetais, sedentarismo e consumo excessivo de álcool. Além disso, o sobrepeso e a obesidade também têm relação com o aumento da pressão arterial, assim como o estresse, comum em ambientes urbanos.
Para Annibal Barros, cardiologista dedicado à nutrologia de performance, para controlar e prevenir a hipertensão, são necessárias algumas medidas específicas o que nem sempre inclui o uso de medicação.
“Pacientes com hipertensão precisam adotar uma dieta saudável, praticar atividades físicas, reduzir o consumo de sal e álcool e, preferencialmente para de fumar. Porém, muitos veem essas recomendações com uma lista de restrições que vai tirar alguns dos seus prazeres”, aponta o médico. “Como médico, nos meus atendimentos procuro levar as pessoas a pensarem nos ganhos de saúde e não no que pode vir a perder. Cuidar-se traz vitalidade, saúde e aumenta a longevidade”, completa.
Para ele, no caso da alimentação, por exemplo, nem todos precisam se despedir definitivamente dos hambúrgueres e pizzas com os amigos. “O truque está em aprender a fazer escolhas inteligentes, adotando uma abordagem equilibrada que seja possível manter ao longo da sua vida”, ensina o profissional, indicando cinco dicas importantes para melhorar a alimentação, não apenas de pacientes hipertensos, mas de todos que desejam ter mais saúde. São elas:
- Variedade
Experimentar diferentes alimentos e pratos para diversificar a alimentação, mantendo as porções sob controle, especialmente com alimentos menos saudáveis. Buscar novos temperos usando a grande variedade de ervas aromáticas disponíveis, e aproveitar o tempo on-line para buscar opções de receitas especiais com ingredientes que podem ser triviais como legumes e verduras.
- Planejamento
Planejar as refeições com antecedência pode evitar impulsos alimentares, e preparar a própria comida da semana pode ajudar a diminuir o consumo de ultraprocessados, controlando as porções e evitando pular refeições. Enquanto as pessoas esperam pelo delivery de comida, que muitas vezes leva ao consumo de quantidades excessivas de sódio e conservantes, poderiam preparar uma refeição saudável em casa em apenas 15 ou 20 minutos. Além disso, com planejamento, é possível aproveitar melhor as frutas, verduras e legumes das estações, economizando nas compras e comendo alimentos mais frescos.
- Tempo
Uma das maneiras de cuidar da saúde é dedicar o tempo adequado para as refeições. Pular o café da manhã, por exemplo, pode resultar em uma sensação maior de fome, levando a escolhas alimentares menos saudáveis e excesso de comida nas refeições seguintes. É importante começar o dia com uma refeição equilibrada para ativar o metabolismo desde cedo, fornecendo a energia necessária para as suas atividades diárias.
- Quantidade
O número ideal de refeições por dia pode variar de pessoa para pessoa, dependendo de diversos fatores, como idade, sexo, nível de atividade física, saúde e objetivos pessoais. O mesmo funciona com relação às quantidades. Além disso, é importante ouvir os sinais de fome e saciedade do corpo, ajustando a quantidade e o “timing” das refeições de acordo com as necessidades.
- Restrições
As dietas mirabolantes e “milagrosas” muito comuns na internet prometem resultados expressivos em tempo mínimo e com passos simplificados. Mas atenção: essas dietas são uma armadilha para a saúde e podem, na verdade, causar mais problemas do que soluções.
Em geral, essas dietas envolvem a eliminação completa de um tipo específico de alimento ou a substituição de todos os outros por um único tipo de alimento, o que pode levar a deficiências de nutrientes essenciais para o organismo.
“Com a ajuda de um médico, os pacientes não precisam privar-se de prazeres alimentares. Eles podem encontrar um equilíbrio que permita desfrutar da comida que gosta e ao mesmo tempo manter uma dieta saudável e nutritiva. A chave está em fazer escolhas conscientes e sustentáveis para o seu estilo de vida de maneira geral”, finaliza o especialista.
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