A importância de analisar atentamente os rótulos dos alimentos
Os rótulos dos produtos alimentícios contam com uma série de informações que fazem a diferença na hora de compor uma dieta saudável
De acordo com o casal de médicos Thanguy e Patrícia Friço, autores do livro “Pais saudáveis = Filhos saudáveis” e adeptos da “medicina do estilo de vida”, é fundamental analisar atentamente o rótulo dos produtos alimentícios na hora de fazer compras. Isso porque ele revela uma série de informações a respeito dos alimentos que são necessárias para ter uma dieta saudável e equilibrada.
Por exemplo, no rótulo, é possível encontrar a tabela com a informação nutricional dos alimentos que permite a verificação da porção do produto, as calorias, a quantidade de micronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras), de fibras, de sal, de açúcar, de vitaminas e de minerais.
Segundo Thanguy e Patrícia, a porção é um aspecto que fornece a quantidade média dos alimentos que um adulto saudável deve ingerir.
“É obrigatório que as porções sejam informadas tanto em gramas ou em ml, quanto em medidas caseiras, como, por exemplo, uma fatia de pão, uma colher de sopa etc.”, afirmam.
Além disso, também é essencial analisar a quantidade de carboidratos, de proteínas e de gorduras totais do produto.
“Carboidratos fornecem a maior parte da energia necessária para a manutenção das atividades humanas, sendo imprescindível para o funcionamento cerebral”, dizem.
Já no caso das proteínas, os médicos destacam que elas participam de todos os processos biológicos. “Já as gorduras totais, além de ajudarem na absorção de vitaminas, são uma das principais fontes de energia para o corpo”, pontuam.
Pais e filhos devem ficar especialmente atentos à quantidade de gorduras saturadas e gorduras trans notificadas nos rótulos, segundo o casal de médicos.
“Presente nos alimentos de origem animal, como carnes vermelhas e derivados de leite, a gordura saturada, diferentemente da gordura insaturada, é prejudicial à saúde, por aumentar o colesterol ruim e, consequentemente, as chances de problemas no coração”, alertam.
A gordura trans é resultado de um processo químico chamado hidrogenação, responsável pela transformação do óleo vegetal líquido em gordura sólida para aprimorar a textura de alimentos e aumentar a sua durabilidade nas prateleiras, tornando-os também mais saborosos.
Levando em consideração que, assim como a gordura saturada, a gordura trans também aumenta o colesterol ruim e o risco de doenças cardiovasculares, Thanguy e Patrícia contam que o ideal é não ingerir mais de 2g dessa substância por dia.
O valor diário é outro dado relevante presente nas informações nutricionais dos alimentos para o qual os indivíduos devem se atentar.
“Representado como % VD, o valor diário indica qual a porcentagem de nutrientes que se deve consumir por dia para manter uma alimentação saudável”, apontam.
Então, os produtos com baixo % VD para gorduras saturadas, gorduras trans e sódio e os produtos com alto % VD para fibras alimentares devem ser priorizados.
Além das informações nutricionais, a lista de ingredientes também deve ser conferida. Thanguy e Patrícia esclarecem que a lista é apresentada em ordem decrescente, ou seja, os ingredientes que estão em maior quantidade no alimento aparecem no início e aqueles com menor quantidade são mostrados no final.
“A leitura da lista de ingredientes do rótulo é importante, pois é possível visualizar os aditivos, os corantes, os conservantes e os adoçantes usados pela indústria nos produtos”, declara o casal de médicos.
Os corantes artificiais, por exemplo, são ingredientes que podem causar alergias em alguns indíviduos e podem estar associados a casos de hiperatividade em crianças.
“Assim, o ideal é consumir alimentos com corantes naturais ao invés de corantes artificiais”, indicam.
A lista de aditivos é outro ponto que precisa ser analisado ao fazer compras, uma vez que muitos de seus componentes aparecem com nomes estranhos.
Existem substâncias que são utilizadas para substituir o açúcar nos alimentos industrializados, por exemplo, acessulfame K, aspartame, sacarina, sorbitol, sucralose, manitol e xilitol.
“Nesse caso, a stevia, um edulcorante natural, pode ser uma boa alternativa para os adoçantes artificiais”, finalizam.